Conteúdo exclusivo Guia O Viajante Uruguai (3ª edição)
Por Zizo Asnis*
De Montevidéu, a metrópole com cara de interior, ao litoral, cheio de praias badaladas e de joias a serem descobertas; de Colonia e suas estreitas ruas de pedra ao Pampa e seus campos a perder de vista. Existem diversas razões para incluir o Uruguai no seu próximo roteiro de viagem. Eis aqui dez ótimos motivos.
Para curtir o clima de pré-viagem pelo Uruguai:
Montevidéu
Não há como visitar o Uruguai e não conhecer sua capital. Genuíno centro urbano (com um pouco do que os centros urbanos têm de ruim, e muito do que têm de bom), Montevidéu é a única metrópole do país. Por aqui se pode passar a manhã num centro histórico, almoçar num tradicional mercado de carnes, passear à tarde por uma praia, visitar algum museu, fazer compras em alguma feirinha, iniciar a noite em algum barzinho, jantar num ótimo restaurante, arriscar a sorte num cassino, dançar madrugada a dentro em alguma boate e repousar num ótimo hotel ou albergue.
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Praias
Já se foi o tempo em que as praias uruguaias eram joias secretas. Punta del Este há anos é um velho conhecido balneário para quem curte badalação e gente bonita. A outra Punta, a Punta del Diablo, sempre foi mais alternativa, frequentada por um público mais descolado. Rústica mesmo é Cabo Polonio, praia sem energia elétrica e sem carros. La Pedrera ainda mantém sua tranquilidade. E há a pacata Piriápolis, banhada pelo rio da Prata. Ok, revelamos, ainda existe uma joia secreta, conhecida por poucos: Valizas. Mas não espalhe o segredo…
Colônia
Estreitas ruas de pedra, casas de arquitetura colonial, telhados de barro avermelhadas, refinados azulejos lusitanos e antigos lampiões criam a atmosfera da cidade mais charmosa do Uruguai. E também a mais antiga. Fundada por portugueses, em 1680, Colônia do Sacramento preserva seu centro histórico com especial carinho, o que fez a cidade ganhar o selo de Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1995.
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Pampas
Campos a perder de vista, terra fértil, planícies com coxilhas, árvores esparsas. O Pampa, ou pampas, compreende absolutamente todo o território do Uruguai. A paisagem é singular. Em alguns momentos pode parecer uma monótona planície coberta de gramíneas; em outros, uma bela pintura de campos ondulados e bosques de eucaliptos, entrecortada por riachos e açudes e povoada por animais pastando.
Artes
A grandeza da arte uruguaia ultrapassa a extensão territorial do país. Existem muitos expoentes, como Torres García, José Gurvich e Pedro Figari. Montevidéu oferece inúmeras galerias para quem deseja apreciar as artes plásticas e Punta del Este conta com a imperdível Casapueblo, que expõe a criatividade de Carlos Páez Vilaró. Mas nem toda arte é pintura: monumentos e esculturas são encontrados no impressionante Cemitério Central de Montevidéu; e fotografia pode estar igualmente exposta a céu aberto, como no Parque Rodó, em Montevidéu, ou em muros, como na cidade de San Gregorio de Polanco, que oferece aos seus moradores (e visitantes) a democrática arte urbana.
Natureza
Uma das maiores apostas do Uruguai é o ecoturismo. Tiro certo. Paisagens encantadoras convidam a um intenso contato com a natureza. No departamento de Treinta y Tres, é possível percorrer a Quebrada de los Cuervos. Em Tacuarembó, está a bonita área do Valle Edén. Nesse mesmo departamento e, principalmente, no de Rivera, avistam-se inúmeros morros relativamente baixos e plano no topo, como os que se veem nas Quebras del Norte e no Valle del Lunarejo.
Vinhedos
Pouca gente sabe, mas o Uruguai é produtor de excelente vinho. O país se encontra entre os paralelos 30º e 35º do hemisfério sul – a mesma localização geográfica de Chile, Argentina, África do Sul e Austrália, todos famosos por seus conceituados vinhos. Vale apostar na inclusão do Uruguai nessa lista. A cepa de uva tradicional do país é a Tannat; outras variedades produzidas aqui, e elogiadas, são o Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Pinot Noir, Riesling, Chardonnay e Sauvignon Blanc.
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Termas
Na década de 40, no Oeste do Uruguai, foram descobertas por acaso fontes termais cujas águas chegavam à superfície a uma temperatura de 45ºC. Desde então os departamentos de Salto e Paysandú nunca mais foram os mesmos – e os complexos de águas termais passaram a ser o cartão de visitas dessas regiões, relaxando uruguaios, argentinos e brasileiros.
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Museus
Quem imagina “museu” uma casa antiga amontoada de coisa velha, precisa urgentemente rever os seus conceitos. Em Montevidéu, o Museu Torres García, o Museu Nacional de Artes Visuais e o Museu de Belas Artes não ficam atrás de nenhum museu da Europa. E as exposições não se restringem ao campo das artes, como bem exemplificam o Museu do Futebol e o Museu Andes 1972 (dedicado àquela tragédia aérea com os jogadores de rugby). No interior, o destaque fica por conta de Colônia do Sacramento – difícil resistir à definição clichê de “museu a céu aberto” – e de Punta del Este, com o Museu Casapueblo e o Museu Ralli.
Povo
Não há como não considerar um destaque do país – o uruguaio! Eta povo simpático! São atenciosos, esforçam-se para entender o nosso português e estão sempre dispostos a ajudar. Muitos uruguaios conhecem algum lugar do Brasil e costumam ficar felizes em contar sua experiência em nosso país. Mais contentes ainda ficam em saber que estamos gostando do Uruguai. Têm orgulho do seu paisito e querem que o apreciemos também. Certamente estamos apreciando.
Conteúdo exclusivo Guia O Viajante Uruguai (3ª edição)
* Zizo Asnis é travel-writer e editor-chefe dos Guias O Viajante e do site www.oviajante.com. Acompanhe suas andanças pelo Facebook e confira suas fotos de viagem pelo Instagram.