Por Natália Leme
Se ao navegar pela internet você aportou nesse site, deve estar prestes a embarcar em uma viagem, ou gosta tanto de viajar que, mesmo sem data para a próxima partida, não perde o hábito de mergulhar nesse universo. Se a sua resposta for afirmativa para qualquer uma dessas questões, você já preenche um dos pré-requisitos básicos para ser um travel-writer. E, por que ser um escritor de viagens?
Quem em sã consciência não aprecia a arte de cair no mundo, de ir ao encontro do desconhecido?! Seja para registrar cenários nunca vistos, para conhecer novas culturas e pessoas ou, como disse Mário Quintana, “para mudar a roupa da alma”. Viajar é uma das experiências mais únicas e gratificantes que a vida pode nos proporcionar. Por que não vivenciar isso e contar para as outras pessoas o delicioso gostinho das suas descobertas?
1. Desapegar
O travel-writer é uma pessoa, acima de tudo, desapegada! Quanto de dinheiro já gastamos com coisas desnecessárias, que só foram acumuladas junto a tantas outras no nosso estoque de coisas supérfluas? Quem escolhe viver viajando, foca os seus investimentos nisso e evita o mal do século: o consumismo exagerado.
E, se é imprescindível adotar uma vida mais simples para poder conhecer o mundo, os perrengues são parceiros de viagem de um travel-writer. Trocar o conforto de um 5 estrelas, por um quarto compartilhado em um hostel, também faz parte.
Praticar o desapego, e não só das coisas materiais, é uma constante na vida do travel-writer. Talvez a parte mais difícil para o viajante que se aventura a explorar os quatro cantos do mundo, seja o desapego das pessoas que ficam. Família, amor, amigos, cachorro…
Infelizmente não podemos levar todos na bagagem, mas se por um lado bate a saudades, por outro, até esse desapego emocional traz grandes aprendizados, como se bastar. Já deixou de ir ao cinema, a um show e até mesmo de viajar, por não ter companhia? Então, é disso que estou falando!
2. Aprender
O aprendizado, na verdade, já começou ali atrás, no desapego, mas vai muito além! O travel-writer aprende antes de partir, nas pesquisas sobre os destinos, e durante a viagem, no choque de costumes e culturas que irá vivenciar em países tão diferentes do Brasil.
Aprende geografia, história, sociologia, biologia… Viajar é uma escola! E, se todo viajante passa por isso, para um travel-writer é muito mais intenso, afinal ele tem nas mãos a missão de passar adiante essas descobertas que cada lugar irá proporcionar. O olhar não é o mesmo e o aprendizado também não.
3. Conhecer
Imagine tudo que um travel-writer conhece durante uma longa viagem! Praias, museus, monumentos, restaurantes, prédios, florestas, ruas, sabores, cachoeiras, cheiros… e, o melhor, pessoas.
Durante uma grande jornada pelo mundo, inúmeras pessoas atravessam o nosso caminho e, muitas são como nós, cidadãos do mundo. Quem pensa que viajar sozinho pode ser solitário, não imagina quantas pessoas terá a oportunidade de encontrar. Provavelmente nem metade do que conheceria durante toda uma vida sem viagens.
4. Compartilhar
Seja com a intenção de ter um retorno financeiro ou apenas pelo prazer de passar adiante o que vivenciou, compartilhar as informações é um dos melhores motivos para se tornar um travel-writer e uma das principais características que o diferencia de um viajante comum.
Para contar ao mundo suas histórias, o travel-writer pode criar um blog e, com disciplina, dedicar um tempo para mantê-lo atualizado com suas experiências, que podem fazer toda a diferença nas descobertas de outros viajantes.
5. Mudar
Após isso tudo: planejamento, desapego, adaptação, vivências na estrada, retorno e doação da informação, a pessoa não será mais a mesma do dia em que partiu. Todo o processo que implica uma grande viagem, acarreta mudanças. Os valores mudam; você provavelmente vai pensar duas vezes antes de comprar um sapato caro ou o novo Iphone.
Poderá ficar mais aberto a experimentar comidas, conhecer melhor seus vizinhos e colegas de trabalho, pessoas que, mesmo próximas, são distantes. Após descobrir um pouco do mundo, talvez você perceba que não conhece tão bem a sua própria cidade e se empenhe mais nessa descoberta. E, na certa, não perderá mais nenhum programa por falta de companhia.