Ao pensar em bandas e cantores uruguaios você lembra apenas de Jorge Drexler? O músico, médico e ator é, de fato, um dos artistas mais populares do país e um dos nomes mais conhecidos da música da América Latina. Drexler começou a aparecer em cena em 1995, mas ganhou prejeção internacional em 2005 com a canção “Al outro lado del río”, parte da trilha sonora do filme “Diários de Motocicleta”, que ganhou o Oscar de melhor canção original naquele ano.
Mas antes de falarmos de outros expoentes da música uruguaia, é preciso citar outro membro da família Drexler: Daniel Drexler. Também médico, Daniel, que já lançou cinco discos, com frequência se apresenta no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul. Ambos os irmãos são amigos de Vitor Ramil, um dos grandes nomes da música gaúcha.
Para continuar o clima de pré-viagem pelo Uruguai:
O rock também tem vez no Uruguai, e algumas de suas principais bandas ainda em atividades surgiram em meados dos anos 1980 e 1990, como El Cuarteto de Nos. A banda já passou por altos e baixos, mas viu seu prestígio regressar após o lançamento do álbum “Raro”, em 2006, quando foi indicado ao Grammy Latino. Os bons ventos seguem ainda hoje após mais outros três discos.
Com um som similar, mas misturado também ao ska, ao reggae e a ritmos latinos, o No Te Va Gustar canta letras que tratam de temas instigantes e atuais e conta com grande reconhecimento do público. Hoje, é seguramente uma das bandas mais populares do Uruguai – alguns de seus clipes no YouTube, como de “A Las Nueve” e “Ese Maldito Momento”, têm mais de 30 milhões de visualizações cada. Nada mal, não?
Outro expoente do rock uruguaio é a La Vela Puerca, amplamente conhecida no Uruguai e na Argentina e hoje, surpreendentemente, ouvida por um público considerável até na Alemanha. A banda lançou 7 discos de estúdio, dentre os quais os mais exitosos foram Normalmente anormal (2009) e Piel y Hueso (2011); este último, um álbum duplo, tem um de seus discos mais focado nas guitarras e outro enfatizando o som acústico.
Mais contemporâneos e ambos surgidos na simbólica Cabo Polônio, Onda Vaga e Perotá Chingó são mais dois grupos de origem uruguaia – ainda que contem com integrantes argentinos, uruguaios e até um brasileiro – e que merecem atenção. Com cada vez mais fãs e reconhecimento internacional, eventualmente ambas as bandas se apresentam no Brasil.
Vale relembrar que o tango é um gênero musical ligado de modo intrínseco à identidade cisplatina. Assim, embora a Argentina leve a maior parte da fama, o Uruguai também tem relação forte com o ritmo. Dentre os nomes contemporâneos, a banda uruguaia-argentina Bajofondo, cujo som normalmente é chamado de tango eletrônico, é a de maior sucesso. “Pa’ Bailar” provavelmente seja a música mais famosa deles no Brasil – foi trilha de abertura da novela “A Favorita”, em 2008-2009.
Dentre as vozes femininas, Malena Muyala e Ana Prada são algumas das cantoras mais conhecidas. Malena é intérprete de tango e lançou sete bem sucedidos álbuns ao longo da carreira; o mais recente, de 2015, chama-se “Temporal”.
Já o som de Ana é uma mistura entre ritmos rioplatenses e música pop. Ela foi integrante do quarteto vocal La Otra, mas desde 2006 segue em carreira solo e, desde então, lançou três discos: Soy sola (2006), Soy pecadora (2009) e Soy Otra (2013). E sabe de quem Ana é prima? De Jorge e Daniel Drexler. Que família ilustre!
Para curtir o melhor da música uruguaia – antes, durante ou depois da viagem –, elaboramos uma playlist no Spotify com uma música de cada um desses artistas. Confira!
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