Por Grazi Calazans
A trilha oficial para o Bico do Papagaio começa na área de lazer do Bom Retiro e vai até a bifurcação com a trilha para o Pico da Tijuca. Pelo caminho da esquerda, que leva a uma caminhada de 30 minutos em um terreno de suave aclive, a trilha passa por duas grutas, atravessa um bambuzal e atinge uma última bifurcação entre o Pico do Cocanha e o Bico do Papagaio, basta seguir a sinalização da própria trilha, que é bem definida.
Confira as outras atrações no Parque Nacional da Tijuca! Entre elas a Cachoeira das Almas e o Morro do Anhanguera.
Eu passei um Reveillón lá e como estava com barraca – o acampamento na Floresta da Tijuca não é oficialmente permitido –, resolvi fazer uma trilha mais longa. Peguei o caminho do Pico da Tijuca pela Cachoeira das Almas e passei primeiro pelo Tijuca Mirim, para só então chegar na trilha do Bico do Papagaio.
O acesso ao Bico do Papagaio é de moderado a difícil. O caminho inicia em um trecho sombreado, com aclives suaves e médios que dura cerca de meia hora de caminhada. Porém, a etapa final até o pico é bem mais complexa, muito íngreme, sendo necessário segurar-se em pedras e raízes, ou seja, praticamente se faz uma escalada para chegar ao cume.
Mas não se assuste, não é necessário nenhum equipamento de escalada, pois as próprias pedras e raízes formam uma estrutura relativamente tranquila de subir, sem contar que a subida é pelo meio da mata e não envolve penhascos nesta etapa final. A trilha dura cerca de uma hora e meia, tem 3,3 Km de distância, exigindo um esforço considerável. Por isso é muito importante não economizar na água e levar também lanches leves.
Depois da subida final, o visual do alto dos seus 987 metros de altitude compensa todo o esforço. De lá avista-se vários picos da Floresta e da zona oeste do Rio: baixada de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, o maciço da Pedra Branca e a Restinga de Marambaia. Para mim foi com certeza uma das vistas mais bonitas da Cidade Maravilhosa, completamente inesquecível!
Como chegar
A Cachoeira das Almas encontra-se no setor Floresta da Tijuca, no Alto da Boa Vista. Para chegar até o portão de entrada, na Praça Afonso Viseu, existem duas linhas de ônibus: 301 (Rodoviária x Alvorada) e 302 (Rodoviária x Recreio), ambas com ponto bem em frente ao Parque, nos dois sentidos. Ou seja, você pode pegar tanto vindo da Zona Oeste (Recreio e Barra da Tijuca, onde fica o terminal Alvorada), quanto vindo da Zona Norte (Rodoviária, passando pelos bairros do Maracanã e Tijuca). Basta descer na Praça Afonso Viseu e você logo avista a entrada do Parque, aí é só seguir as indicações das trilhas, que são, aliás, muito bem sinalizadas.
Você também pode optar por ir de carro (próprio, alugado ou táxi) e estacionar ou descer próximo ao Centro de Visitantes. Há vias asfaltadas por todo o Parque onde o acesso motorizado é permitido. Essa opção, no meu ponto de vista, tira um pouco da magia de imersão na Floresta, mas é uma hipótese para quem tiver pouco tempo ou menos disposição para enfrentar a caminhada inicial.
Horário de Funcionamento
Diariamente das 8h às 17h (até 18h no horário de verão). Só é permitido iniciar a trilha até às 14h, para que dê tempo de voltar antes do fechamento do parque.
Infra-estrutura
O setor da Floresta da Tijuca tem toda uma infra-estrutura para os visitantes. Há banheiros públicos espalhados pelo Parque, pontos de informação e muitas placas informativas. Na Praça Afonso Viseu existe um restaurante clássico, o Bar da Pracinha, onde você pode fazer uma saborosa refeição depois de aproveitar o dia na Floresta. No largo da Cascatinha, logo na entrada do Parque, há uma lojinha de souvenirs onde você pode adquirir lembranças da Floresta e da Cidade Maravilhosa.
Respeite o meio ambiente!
O Parque Nacional da Tijuca é um lugar incrível, que abastece o Rio de Janeiro com suas águas, além de ser o habitat de diversas espécies. É importante respeitarmos o ambiente com atitudes simples como levar o nosso lixo, não arrancarmos espécies da flora, não fazermos atalhos para evitar o risco de erosões e não utilizarmos produtos químicos como sabonetes e xampus, nos banhos de cachoeira. O uso consciente de espaços públicos e naturais ajuda a manter estes espaços sempre especiais para todos nós!