Entre os dias 6 e 12 de janeiro acontece em Pernambuco a caminhada de Santo Amaro. Pouco conhecida mesmo pelos pernambucanos, a peregrinação percorre 180km entre as cidades de Jaboatão dos Guararapes e Taquaritinga do Norte, ambas tendo Santo Amaro como padroeiro. Apesar do cunho católico, ela é realizada tanto devotos de Santo amaro quanto por pessoas de diversas religiões.
Já tinha tomado conhecimento da caminhada anos atrás em reportagens de televisão e, após algumas pesquisas na internet e entrando em contato com a organização, decidi participar da décima terceira edição. E, apesar de muita pesquisa e (tentativa de) treino, cometi algumas falhas que certamente não cometerei em outras ocasiões:
1. Proteção solar
Como o caminho aconteceu em pleno verão, e parte dele pela beira das rodovias, o sol estava em sua plenitude. Sim, usei roupas UV, proteção para a cabeça e protetor solar no rosto, (incluindo nuca e orelhas) e outras partes do corpo. Porém, esqueci das costas das mãos e da panturrilha. Resultado: queimaduras fortes seguido de coceira. Muito hipoglós nos dias posteriores para nunca mais esquecer.
2. Preocupação excessiva com bolhas
Bolhas são o principal medo de quem faz grandes trilhas. Mas não são as únicas. Elas vieram sim e foram bem tratadas, mas dores nas articulações vieram, e só receberam a devida atenção quando era tarde demais. Uma mancada e tanto (melhor trocadilho, impossível)! Dias depois as bolhas já estavam bem secas, porém as dores nos pés e joelho, apesar de bem melhores, demoraram a cessar.
3. Muitas paradas
“Ta cansado? dá uma paradinha e continua” parece a melhor ideia do mundo mas não é. Dependendo do ritmo que você está, parar faz seus músculos enrijecerem, e quanto mais tempo você demora no descanso, mais tempo demora para voltar ao pique do auge da caminhada. Além do mais, o tempo total que você passa em pé durante o dia gera um cansaço acumulado, e chegando tarde no seu ponto de parada reduz o seu tempo de descanso (de fato) para o dia seguinte. Bota o psicológico pra trabalhar e segue! Dependendo do ritmo, até aquela dorzinha some na adrenalina e você chega mais cedo para cuidar dela.
4. Peso desnecessário
Como o caminho tem suporte de carro, e a mala com suas roupas vai nele, achei que poderia levar coisas a mais na mochila de ataque. Péssima ideia. A câmera semiprofissional é leve até você ter que caminhar com ela durante 8 horas seguidas. Tomei consciência disso quando decidi levar um pino de dormente de trem velho, que nem tinha esses pesos todo, na mochila, e em poucas horas senti que estava me penalizando. Para terminar de piorar, minha roupa também não era leve e me arrependi de ter caminhado de bermuda de algodão (mesmo com uma bermuda térmica por baixo). Analise cirurgicamente todo e qualquer peso excedente que esteja carregando. Sua disposição agradece
5. Alongamento
A adrenalina de começar o dia e a preocupação com o calçado, a roupa e a alimentação acabam deixando o alongamento no limbo. Pequei muito em não fazê-lo nos primeiros dias mas nos últimos dias de viagem ele foi decisivo para um bom desempenho. Não esqueça de alongar durante, após e, principalmente, antes de começar a caminhada