Por Juliana Maian
A capital portuguesa é uma cidade que merece ser admirada. Se possível, do alto. Como bem diz um trecho do poema “Lisboa”, da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen: “(…) E a cidade a que chego abre-se como se do seu nome nascesse / Abre-se e ergue-se em sua extensão noturna / Em seu longo luzir de azul e rio / Em seu corpo amontoado de colinas (…)”.
Literalmente, são muitos os “pontos altos” lisboetas, que fazem valer a pena sair caminhando e descobrindo os mirantes e elevadores centenários pelo caminho. Para dar uma ajudinha ao seu roteiro, seguem abaixo cinco passeios, de diferentes pontos da cidade, que proporcionam vistas muito legais do horizonte:
Castelo de São Jorge
Localizado no alto da colina onde ficava a parte nobre e medieval de Lisboa, foi construído pelos mouros no século XI, ocupado pela nobreza portuguesa até 1580 e transformado em reduto militar até meados do século XX.
Hoje, abriga, além do castelo propriamente dito, vestígios do antigo paço real, um sítio arqueológico, uma área de exposição permanente com os achados deste sítio e uma visita virtual pelos monumentos de Lisboa.
Porém, o mais incrível é a vista, que dizem ser a mais bonita da cidade. Se possível, vá num dia bonito, no fim da tarde, para ver o pôr-do-sol e aproveitar para admirar a paisagem também à noite, que é igualmente bela.
Aberto diariamente, das 9h às 21h (de março a outubro) e das 9h às 18h (de novembro a fevereiro). O ingresso custa €8,50.
Endereço: Rua de Sta Cruz, 1100-129 Lisboa (acesso pelo ônibus 37 ou pelos bondes 12 ou 28).
Arco da Rua Augusta
Localizado no bairro da Baixa, tem um elevador que leva até o seu topo, de onde fica difícil escolher para onde olhar, já que deste ponto é possível ter uma vista 360 graus da cidade. Em uma face, a Praça do Comércio – histórica zona portuária, comercial e aduaneira de Lisboa – na outra, a Rua Augusta – alameda aberta somente a pedestres, que liga a Baixa à Praça do Rossio.
Rua Augusta vista de cima do Arco
Aberto diariamente, das 9h às 19h. O ingresso custa €2,50.
Endereço: Rua Augusta, 2 a 10, 1100-148 Lisboa.
Elevadores e ascensores
Os moradores de Lisboa sempre tiveram que inventar maneiras de contornar o acidentado relevo local, e por isso construíram elevadores e ascensores que hoje são verdadeiras relíquias, considerados Monumentos Nacionais, e invariavelmente conduzem a mirantes e praças com magníficas vistas. São eles:
- Elevador Santa Justa: construído em 1902, é o único elevador vertical da cidade usado como transporte público. Liga a rua do Ouro ao Lago do Carmo e possui um mirante. O bilhete para ida e volta custa €5, com adicional de €1,50 para ir até o mirante.
- Ascensores: bondinhos atualmente eletrificados, cujas passagens custam €3,60 (ida e volta). São três: Glória (de 1885, ligando a Praça dos Restauradores ao Mirante de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto); Bica (inaugurado em 1892, ligando a rua de São Paulo ao Largo da Calhariz); e Lavra (de 1884, ligando o Largo da Anunciada à rua Câmara Pestana).
Padrão dos Descobrimentos
Um outro lugar bacana para quem gosta das alturas é o Padrão dos Descobrimentos. Esse monumento fica à beira do rio Tejo, no Bairro de Belém, de onde saíam as caravelas que, no século XV, intencionavam desbravar um mundo até então não muito conhecido.
O Padrão foi construído em 1960, para celebrar os 500 anos da morte do Infante D. Henrique, chamado de O Navegador. Em forma de caravela, tem no “comando” a figura que representa este nobre português e, em seguida, estão representados outras figuras célebres da época das navegações lusitanas, como Bartolomeu Dias, Fernão de Magalhães, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama.
De lá de cima, tem-se uma bela vista do rio, da Torre de Belém e do Mosteiro dos Jerônimos. Não deixe de dar uma olhadinha para baixo e ver a enorme rosa dos ventos e o mapa que ficam na calçada e representam os caminhos feitos pelos portugueses no “além-mar”.
O ingresso para subir no mirante (de elevador uma boa parte do caminho, com escadinhas estreitas no final do percurso) custa €4. Horário de funcionamento: todos os dias, das 10h às 19h (de março a setembro) e de terça a domingo, das 10h às 18h (de outubro a fevereiro).
Para chegar, pegue o trem até a estação de Belém, o bonde número 15 ou os ônibus 728, 714, 727, 729 ou 751.
Bondinho do Parque das Nações
Por fim, uma parte de Lisboa que é diferente de todo o resto da cidade: a chamada região da Expo. Trata-se de um bairro que foi totalmente revitalizado em 1998, para receber a Exposição Mundial.
A principal atração é o Oceanário, um dos maiores aquários da Europa. Porém, para continuar na “pegada” de ver a cidade por cima, tome um dos bondinhos (ou “telecabine”, no português “de Portugal”) que cruzam os céus do bairro. O bilhete ida-e-volta custa €5,90, e o horário de funcionamento é das 11h às 18h no inverno e das 10h30 às 20h no alto verão.
Saiba mais: Oceanário de Lisboa – imagens para encantar adultos e crianças
O Parque das Nações também é uma ótima opção para quem quer correr, caminhar, meditar, fazer um piquenique ou simplesmente passear de mãos dadas, em um momento romântico.
Para chegar lá, o jeito mais fácil é pelo metrô, descendo na estação Oriente.
Agradecimentos: Visit Lisboa, Visit Portugal e equipe das atrações Castelo de São Jorge, Arco da Rua Augusta, Padrão dos Descobrimentos e Oceanário.