Por Pedro Henrique Ferreira
Imagine viajar por um país e ter a oportunidade de assistir a um casamento totalmente diferente da nossa cultura? É algo maravilhoso e que fomenta nosso olhar viajante! Porém, é extremamente importante que se respeite e compreenda os costumes e as tradições de um povo, uma vez que esse conhecimento torna nossa viagem muito mais rica e proveitosa. Certamente é uma das lembranças memoráveis que levaremos conosco para o resto de nossas vidas. Sendo assim, listei alguns costumes pelos casamentos mundo afora:
Estados Unidos
Na terra do Tio Sam, o destino mais procurado para casamentos é Las Vegas, cidade onde são realizadas 100 mil cerimônias ao ano. Em segundo lugar está o Hawaii, onde 25 mil casamentos ocorrem anualmente. E por aqui, se você por acaso vir alguém fantasiado de Elvis Presley dando benção pelas ruas, não se surpreenda, a união será tão válida quanto se tivesse casado no papel.
Falando em música, as dez mais tocadas nas festas de casamento dos americanos são:
The Way You Look Tonight, Frank Sinatra
Just the Way You Are, Billy Joel
Come Away with Me, Norah Jones
Unforgettable, Nat King Cole
Wonderful Tonight, Eric Clapton
From This Moment On, Shania Twain
This I Promise You, Ronan Keating
Thank You For Loving Me, Bon Jovi
Don’t Want to Miss a Thing, Aerosmith
All I Ask of You, Cliff Richard e Sarah Brightman
Etiópia
Em algumas tribos, as mulheres furam o beiço e penduram uma argola para seduzir algum noivo rico, já as mulheres nativas da tribo Karos tatuam em seu abdômen diferentes símbolos para ficarem mais atraentes. Entre os Amhara, outro grupo étnico no país, o casamento e o divórcio são negociados pelas famílias dos noivos. A mulher recebe pagamento, mas não tem o direito à herança, somente os filhos.
Grécia
Os gregos são bem festeiros. Eles normalmente escolhem janeiro para se casarem, pois é o mês de celebração de Hera, mulher de Zeus, e deusa da fertilidade. Amigos e família depositam uma quantia de dinheiro em cima da cama dos noivos. Antes do casamento a noiva amarra um saquinho com cubos de açúcar em seu vestido para adoçar mais a relação futura. É na igreja ortodoxa que eles trocam uma coroa fina branca atada uma à outra com uma fita que representa a união do casal. E, para dar sorte, há a costumeira quebra de pratos.
Dicas para um casamento de noivos amantes de viagens
O bolo de casamento é feito com mel, sementes de sésamo e marmelo. As festas de recepção realmente são um show à parte. Os momentos mais divertidos são quando os gregos se acabam nas danças de músicas tradicionais e a euforia toma conta do ambiente, rolando até de manhã. Os noivos dançam o Kalamatiano, dança tradicional grega em que seguram as pontas dos lenços e, agarrado a eles, se acabam nas danças por horas. Depois dos festejos, os convidados cobrem os recém-casados de notas de dinheiro de mentira, desejando votos de riqueza e prosperidade.
Índia
Os indianos seguem firme a tradição: escolhem pessoas da mesma casta e da mesma religião para casar. É uma tristeza enorme para família se algum filho não casar. Antes do matrimônio, os noivos passam por uma série de rituais de purificação do corpo e da alma que incluem massagens com óleos perfumados, banhos, mantras e o andar em círculos em volta do fogo por sete vezes.
Em casamentos de castas ricas, as noivas são cobertas de jóias com as vestimentas tradicionais, o sári, decoradas com correntes douradas. Na cerimônia, a noiva oferece iogurte e mel demonstrando sua pureza e doçura. O ambiente é purificado com óleos, e a famosa troca de colares se realiza para simbolizar fidelidade e união. Na saída, acontece a tradicional chuva de pétalas sobre os noivos.
Israel
Em Israel há três religiões: islâmica, judaica e cristã, mas, claro, o casamento judeu é o mais frequente. As cerimônias geralmente são feitas em local aberto e não obrigatoriamente em sinagogas. O Chuppá, o altar dos judeus, lembra uma tenda, cujo objetivo é representar a nova moradia do casal.
Nele, o noivo recebe a noiva, ainda de rosto descoberto, trazida pelo pai, mas rapidamente ela tem sua face coberta pelo futuro marido, pois esse gesto indica que o noivo não está interessado na beleza exterior, mas sim, na interior, a espiritual.
No altar, ela deve dar sete voltas em torno do noivo fazendo alusão à construção de um muro ao redor, o que simboliza a nova vida a dois. Vinhos são servidos aos noivos, trazendo santificação e alegria. E, no final, a quebra do copo para representar a destruição do antigo templo de Jerusálem e o grito: Mazal tov! (boa sorte, em hebraico).
Japão
Nos casamentos japoneses mais tradicionais, a noiva pinta seu rosto de branco e usa um chapéu de proporções enormes – que pode causa estranheza aos nossos olhos ocidentais –, e o noivo veste um quimono tradicional. No Japão, a decoração com 1001 origamis de um pássaro japonês é importante para que se tenha uma união duradoura e próspera.
Os pombinhos ganham presentes de suas famílias e, durante a cerimônia do casamento, conhecida como Shinto, as duas famílias se reúnem junto ao casal enquanto os noivos trocam alianças e bebem saquê no mesmo copo, algo que representa a união firmada. Mais tarde, na festa, o casal recebe dinheiro dos convidados em envelopes para ajudar a pagar o casamento (não há a famosa lista de presente). Na verdade, quem ganha os presentes são os convidados nos sorteios e nas gincanas realizadas no dia da festa.
Noruega
Podemos achar os noruegueses frios, mas nos casamentos eles são extremamente calorosos. Na parte externa da casa da noiva é construído um arco com flores e folhas para que ela passe por baixo e tenha boa sorte. Durante a festa de recepção, as convidadas beijam o rosto do noivo, e os convidados, da noiva. Agitação e badalação marcam o baile de dança. É nesse momento que os amigos cortam uma parte da meia do futuro marido para a noiva comprovar suas habilidades de costureira, representando assim um ato de fidelidade e lealdade.
República Tcheca
Os tchecos são bem descontraídos e, no dia do casamento, os convidados solteiros bloqueiam o caminho do noivo até a igreja para que pague o resgate e possa chegar a tempo na cerimônia. Há também algo interessante, a quebra de pratos dos noivos: um deles quebra e o outro varre, simbolizando a harmonia e união entre o casal. Na passagem dos noivos, as crianças jogam arroz, e os adultos, pétalas de rosa para a Mãe Terra trazer fertilidade, prosperidade e abundância.
Rússia
Diferente dos brasileiros que acham maio o mês ideal para o casamento, os russos não se casam em maio porque a palavra no vocabulário russo faz lembrar o verbo sofrer, “mayatya” (маяться). Geralmente eles preferem casar no verão, sobretudo em agosto, por causa do tempo agradável, e claro, por causa da crença de que a luz do sol iluminará a caminhada.
Assim, pelas ruas, de preferência em parques ou ao redor de igrejas, os noivos posam para fotos com os trajes do casamento. No dia do matrimônio, o noivo deve dar presentes ou dinheiro à noiva. Na festa, rolam gincanas com os noivos e convidados, danças que incluem coreografias e até apostas com direito a porre de vodca.
Tibete
Com a pouca oferta de homens no Tibete, já que metade deles vai para mosteiros, a noiva pode se casar com mais de um homem, contanto que tenha meios para sustentá-los– bem ao contrário dos costumes dos países muçulmanos.
As cerimônias são realizadas na casa do noivo ou numa tenda e são regidas por dois monges tibetanos em frente a uma imagem de Buda e do Dalai Lama. A noiva chega num cavalo branco vestida com uma túnica nupcial chamada ”chuba”, uma longa saia bordada a ouro, um avental dourado chamado “pagng-den” e uma longa trança.
Os grãos de cevada marcam o local em que os noivos devem permanecer. O tio do noivo inicia a cerimônia, e os monges entoam cânticos budistas. No ritual, a noiva oferece um chá com leite para os parentes do seu pretendente e entorna o chá em sua própria cabeça para saudar o céu, a terra e Buda.