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09.10.2017

O que fazer em Cusco para além do óbvio

Centro Histórico de Cusco | Foto: Zizo Asnis

 

Por Aline Gallo

 

Cusco é bastante visitada por ser um ponto de partida para a incrível cidade perdida dos Inkas, Machu Picchu. No entanto, a cidade peruana de um pouco mais de 300 mill habitantes tem muito mais para oferecer, como atrações com conteúdo, uma gastronomia deliciosa e um povo que ainda mantém o espírito de conexão com Pachamama – a Mãe Natureza. Então aqui vão algumas dicas do que fazer em Cusco (principalmente no centro histórico) para além do que você já sabe ou ouvir falar, junto de alguns passeios clássicos que realmente valem a pena serem feitos. Sempre pensando em gastar pouco e ser muito feliz na viagem.

 

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Atividades e atrações

Planetário: foi uma das melhores experiências que tive na cidade. O Planetário tem um clima totalmente familiar, e senti que dão um toque de amor no que fazem – e isso faz muita diferença! Eles fazem uma introdução, contando um pouco sobre o céu em geral e explicando como os Inkas o observavam. Para ter ideia, eles viam a Via Láctea ao contrário à nossa visão mais comum, notando o que estava de escuro nela e não as luzes das estrelas em si. Depois disso fazem observação dos planetas na parte de fora do Planetário.

Ingresso: 50 soles [inteiro] e 30 soles [estudantes].

 

A Via Láctea pela astronomia inca | Foto: Aline Gallo

 

Coca Museum: este é um dos museus de Cusco mais interessantes para um “passeio de conteúdo”. Aí você vai descobrir mais sobre a planta sagrada dos inkas – a folha de coca – que é muito utilizada nas regiões de altitude do país até os dias de hoje. Aprende sobre seus mitos, histórias, usos, deuses, etc. Ele não está na rota clássica dos museus de Cusco, mas, além de interessante, é super barato, então vale o deslocamento.

Ingresso: 10 soles [inteiro] e 5 soles [estudantes].

 

Tudo explicado. Era uma folha de coca | Foto: Aline Gallo

 

Museu das Plantas Sagradas: este também é outro museu que não está tanto na rota clássica dos museus de Cusco. É uma sala/loja onde estão expostas diversas plantas da região, e aí você pode aprender mais sobre cada uma delas. Tem de tudo mesmo: plantas medicinais, psicodélicas, nutritivas, etc. Além disso, oferecem outras duas coisas bacanas: 1) Cerimônia do Cacau todas as sextas, às 18h (é cobrado um valor x); 2) Almoço vegetariano por 10 soles (demorei para descobrir isso!).

Ingresso: grátis.

 

Museu do Cacao: o Museu do Cacau é um dos mais conhecidos daqui. E tem motivo. Ele é um museu que não te oferece apenas a história do Cacau no país e a situação em nível mundial, mas também te dá a experiência em conhecer, tocar e sentir os tipos de produtos que eles têm e como eles são feitos. Fazendo parte do mini tour, você experimenta quase tudo que eles produzem, incluindo 5 diversidades de chocolate e os saborosíssimos licores com base de cacau. Também, por uns soles a mais, você pode participar de workshops e aulas especiais para se aprofundar na temática.

Ingresso: grátis.

 

Museu do Café: este museu possui uma proposta bem parecida com a do Cacau, porém não te dá a chance de experimentar tudo o que falam (sem pagar, é claro!). O mini tour básico situa o visitante na história do Café pelo mundo e no Peru. Eaí vão te falando das máquinas, da evolução das coisas no país em relação ao café, etc. Pagando por um workshop especial (se chama Taller da Cultura Cafeteira), você pode fazer parte do processo de produção do café, aprender mais sobre os tipos, e, ao final dele, escolher em qual processamento você quer tomar o seu café.

Ingresso: grátis.

 

Caminhar no bairro San Blass: existem mil e uma opções para serem vistas e feitas neste bairro, para todos os gostos e os desejos dos viajantes. Lojas de artesanato, hippies com produtos alternativos, lugares de yoga, classes de espanhol, opções diversas de lanches, cafés, crepes, cenas, almuerzos, padarias, bares para a noite, etc. O bairro é muito agradável e sempre me senti muito segura caminhando pelas ruas mais solitárias dele. Ao lado fica a Igreja de San Cristobal, que proporciona uma vista liiinda da cidade – é um ponto muito bom para ver a lua cheia nascer. Não deixe de ir no Mercado Local de San Blass (veja mais adiante).

 

Foto: Aline Gallo

 

Teatro Municipal + Casa de la Cultura Cusco: há várias atrações gratuitas, mas é necessário ir no local para ver a programação. Também tem opções pagas.

 

Mercado São Pedro: hm… difícil explicar, aconselho muito você ir e conferir a loucura que é! Passeio clássico da cidade.

 

Foto: Aline Gallo

Mercado de San Blass: menor que o São Pedro (e muito mais tranquilo!), com boas opções de almoço barato e onde pode-se comprar frutas, verduras e tomar sucos feitos na hora pelas “mamitas”, como chamam as moças que fazem os sucos por aqui.

 

Dica valiosa para mochileiros! Nos mercados locais é oferecido um almoço com o menu por 5 soles; ele é como o nosso “PF”, que acompanha ainda uma entrada – normalmente uma sopa. Vale muito a pena. Há opção de pratos também para os vegetarianos.  Para quem ficar na dúvida porque é muito barato, coisa e tal, comi no Mercado de San Blass diversas vezes e nunca passei mal. No entanto, aconselho ir nos que estiverem mais movimentados.

 

Free Walking Tour: todos os dias fazem passeios diferentes, explicando muito bem o que aconteceu e acontece na cidade de Cusco. O grupo sempre sai da Plaza de Armas em 3 horários por dia (agora está em 10, 13h e 15:30, mas o ideal é, quando chegar em Cusco, ir na Plaza de Armas e ver as horas em que estão saindo – sempre tem gente ali panfletando). E, o melhor, é que você paga o quanto acha que deve pagar – ou seja, trabalham com contribuição espontânea – só não esqueça que esse é o trabalho deles!

 

Guia do Free Walking Tour | Foto: Aline Gallo

 

Festas populares: fique ligado nas datas comemorativas do país. Em todo o Peru acontecem festivais e celebrações místicas/religiosas ao longo do ano que são muito válidas de serem vivenciadas.

 

Bares & restaurantes especiais

 

Cholos e Nueno Mundo: cerveja (chopp!) artesanal local.

 

Km 0: bar classico em San Blass, com buena onda, comidinhas, drinks dose dupla, chopp, etc. É um dos únicos que fica aberto até um pouco mais tarde.

 

Mama Africa // Mithology: além de baladinhas, oferecem aulas de salsa gratuitas no início da noite e duram mais ou menos 1 hora. O ideal é passar no local para ver a programação certinha quando estiver na cidade.

 

Ukukus Bar: é um bar muito muito lindo, com pinturas e máscaras por todos cantos numa vibe mais roots que os outros. Aos domingos acontece show imperdível de uma banda local chamada Amaru Pumac Kuntur, com entrada grátis. Vale muito a pena! Dica mochileiros

 

Restaurante Green Point (existem dois no Centro Histórico): um paraíso pros vegetarianos – menu almoço com direito a buffet de salada livre, sopa, prato principal e sobremesa por 15 soles.

 

Diferentes tipos de milho são comuns no Peru | Foto: Julie-Edgley (C.C. 3.0)

 

Crepetie (Crepes Al Passo): está na pontinha do centro histórico, na Calle Q’era 282. O senhorzinho faz uns crepes incríveis a um valor super honesto.

 

La Cusquenita Pikanteria: lugar que oferece comida típica peruana, inspirados nas Picanterias originais (da região de Cusco e Arequipa). Servem uma chicha de jora maravilhosa, e também a frutillada. A chicha é uma bebida muito típica, e dizem que foi a cerveja dos incas, ajudando também para dar força na construção dos templos, etc. Aos domingos acontece um show tradicional às 13h. Importante chegar cedo porque a fila é grande. Lugar de locais.

 

El Paisa: restaurante típico de comida nortenha peruana (diferente do La Cusqueñita, que é tradicional da região de Cusco e Arequipa). Eles oferecem grande variedade de pratos com frutos do mar, com direito a show de danças e música tradicional também da região do norte do Peru.

 

Não vá embora de Cusco sem…

  • Comer chocolate da marca Ibérica
  • Tomar chichtaou frutillada (as que são levemente alcoólicas – a “antiga cerveja dos incas”)
  • Visitar o Vale Sagrado (ok, não vou mencionar Machu Pichu)
  • Tomar té piteado
  • Caminhar, subir e descer muito pelas ruas

 

Foto: Zizo Asnis

 

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