Dê uma chance para Detroit
Detroit ainda é julgada como uma cidade perigosa aos olhos de muitos viajantes. Realmente sua história passa por momentos difíceis que ainda deixam resquícios no presente, mas violência não é mais algo que deve assustar um viajante ao visitar a cidade.
Detroit é a capital do estado de Michigan, localizado no Meio-Oeste americano, e faz fronteira com o Canadá. Esta separada da cidade canadense de Windsor apenas pelo Rio Detroit, estando interconectadas por um túnel e uma ponte. É importante lembrar que a cidade foi palco de momentos significativos na história dos Estados Unidos. A indústria automotiva do país, por exemplo, tem suas raízes em Detroit, o que gerou o apelido “motor city” (cidade do motor, em tradução livre). Mas não só deste setor viveu a cidade, na época da Prohibition (lei seca que baniu a venda de alcool no país entre 1920 e 1933), Detroit foi palco importante no contrabando de bebidas alcoólicas do Canadá.
Comece pelo motor
Se o nome Ford é conhecido mundialmente, é em Detroit que descobrimos o motivo. Henry Ford foi o pioneiro da montagem em série de carros, sendo ele o fundador da famosa Ford Motor Company. Além de iniciar um legado na cidade, que hoje conta com diversas montadoras multinacionais e consequentemente diversas empresas que atendem essa área, Ford também incentivou a cultura.
Em Dearborn, aproximadamente 15 quilômetros de Detroit, está o complexo cultural criado por Henry Ford. Há quatro atrações centrais: Henry Ford Museum of American Innovation, Greenfield Village, Ford Rouge Factory Tour e Giant Screen Experience. O primeiro, como o próprio nome informa, foca em toda inovação tecnológica americana. Já no Ford Rouge Factory é possível visitar uma linha de montagem do Ford F-150 em funcionamento e é realmente interessante poder ver como tudo funciona. O Giant Screen Experience oferece a experiência 4K no cinema com filmes instrutivos sobre o país.
Já o Greenfield Village conta a história americana com representações das casas de pessoas importantes para a formação do país. Neste museu, passeamos por uma vila que remonta a casa de pessoas que mudaram a história americana. Lá é possível visitar a casa da família Heinz (da marca de ketchup), o criador do primeiro dicionário americano e a fazenda da família Firestone (marca de pneus). Este é um complexo muito interessante para todos os tipos de viajantes, porém o Greenfield Village fecha durante o inverno. Para todas as informações sobre ingressos, horários e como chegar, acesse: https://www.thehenryford.org/
Vale um adendo sobre Dearborn: a cidade apresenta uma comunidade árabe expressiva, sendo a maior dos EUA. Neste ponto ressalta-se o restaurante Al-Ameer (12710 W Warren Ave), eleito como um dos melhores restaurantes do país pelo site gastronômico Eater e que tem como ponto focal a comida árabe. Um museu dedicado à cultura árabe também está localizado na cidade, o Arab American National Museum (1364 Michigan Ave).
Volte ao centro
O centro de Detroit também merece destaque. Iniciar uma caminhada pelo prédio da GM, o Renaissance Center, que caracteriza a cidade por sua altura e arquitetura, pode ser uma boa opção. Por ali é possível acessar o riverfront e caminhar por sua orla avistando o Canadá, mas também sair para uma caminhada no centro. A Woodward Avenue é a principal avenida do centro e abre caminhos para outras atrações. Saindo do riverfront é possível caminhar fazer um pequeno desvio e visitar o Guardian Building (500 Griswold St) com sua arquitetura Art Deco. Longe dali, mas na mesma linha de atrativo arquitetônico, o Fisher Building (3011 W Grand Boulevard) também vale a visita. Ambos possuem tours disponíveis pela marca Pure Detroit.
Voltando à Woodward Avenue, vale a pena observar os arranha-céus da cidade. O Campus Martius Park está localizado a apenas duas quadras do Guardian Building e mantém atrações durante todas as épocas do ano. Enquanto no inverno apresenta uma pista de patinação, no verão sedia diversos eventos de rua. A seis quadras dali, o esporte domina com as arenas: Comerica Park (baseball), Ford Field (futebol americano) e Little Caesars Arena (basquete), que estão separadas por apenas alguns quarteirões. Se a ideia é ter uma experiência bem americana, assistir a algum jogo é algo interessante.
A avenida principal continua surpreendendo e passar por ela sem observar o Fox Theater (2211 Woodward Avenue) é impossível. Além da arquitetura, o teatro possui concertos e tours. Logo após o Little Caesars Arena (2645 Woodward Avenue), os museus aparecem. O Museum of Contemporary Art, (4454 Woodward Ave), o Detroit Institute of Art (5200 Woodward Ave) e o Michigan Science Center (5020 John R Street) formam uma rede de museus na Woodward. O Detroit Institute of Art possui um mural pintado por Diego Rivera, artista plástico mexicano especialista em murais, contando a história da cidade.
Não esqueça da música
O Motown Records (2648 W Grand Boulevard) é parada obrigatória para quem gosta de música. O estilo “soul”, característico da cidade na década de 1960, é o assunto deste museu. Para entender o seu valor para a história musical, é interessante saber que esta gravadora atendeu o grupo “The Jackson Five”, no qual o Michael Jackson iniciou a carreira, entre 1968 e 1975. O jazz também tem seu espaço na cidade.: o bar Baker´s afirma ser o bar mais antigo de jazz do mundo, há 84 anos em funcionamento.
Estes são alguns motivos para instigar os viajantes a visitar esta cidade cheia de atrações ainda desconhecidas para muitos. Antes de ir, vale a pena assistir o comercial da empresa Chrysler feito em 2011 sobre a cidade de Detroit, que sofreu signifitivamente com a crise de 2008 no país. É notório o intuito da empresa em mostrar o que a cidade tem de melhor. É possível assistir o comercial no Youtube.
Colaborador: Bruna Cazzolato Ribeiro