Conhecida na Argentina como a “capital nacional do trekking”, a pequena cidade de El Chaltén apresenta algumas das mais famosas e espetaculares paisagens da Patagônia. Situada 215km ao norte de El Calafate (cidade no extremo sul do país), pode ser facilmente acessada de carro ou de ônibus.
O primeiro contato com este simpático povoado provoca receio nos turistas menos aventureiros: não há sinal de celular ou internet na cidade, tampouco funcionam as máquinas de cartão de crédito. Porém, passado o primeiro choque, percebe-se que esse desconforto é algo muito pequeno em relação a tudo que o local pode oferecer.
O trekking – ou caminhada em trilhas –, como mostra o título da cidade, é a principal atividade procurada pelos viajantes. Se você não está disposto a enfrentar longas distâncias a pé, então é melhor ficar apenas na vizinha El Calafate, com suas passarelas e mirantes bem pavimentados do Glaciar Perito Moreno. Mas se você acha que compensa uma pernada de mais de 20km para conhecer lagunas de água turquesa cercadas por incríveis montanhas, El Chaltén é definitivamente o seu destino!
Para você andar com segurança pelos chamados senderos (trilhas, em espanhol), assim como para ter uma boa visibilidade, é preciso que não esteja chovendo. Como o tempo em El Chaltén é muito inconstante, é recomendável ter uma agenda flexível, para que você não deixe de conhecer nenhuma das principais belezas do lugar. Tendo muita sorte com o sol, fique na cidade de três a quatro dias – que é o período adequado para se ter uma boa ideia da paisagem do Monte Fitz Roy, ao redor do qual se concentram todos os caminhos.
Existem dezenas de trilhas, localizadas dentro do Parque Nacional Los Glaciares (cuja entrada é gratuita), conduzindo a inúmeros lagos, cachoeiras ou cumes. Cada uma tem uma duração diferente, que vai de poucos minutos a mais de três dias. Para quem está procurando um nível intermediário de trekking, o ideal – para não dizer obrigatório – é fazer duas caminhadas: a da Laguna Torre e a da Laguna de Los Tres.
Em ambas, anda-se por caminhos muito bem sinalizados em cenários que vão mudando a cada passo. É interessante observar essa alteração gradual da vegetação, da altitude e da temperatura, enquanto se cruza florestas, campos abertos e solos rochosos. Ao chegar nas lagunas, o panorama é de tirar o fôlego, e não podem faltar fotos da água de cor esverdeada e de seus blocos de gelo flutuantes. O tempo total de cada passeio, contando ida e volta em ritmo normal, é de aproximadamente oito horas.
Além das caminhadas, El Chaltén proporciona uma navegação ao redor das geleiras, acompanhada do ice trekking – uma fantástica caminhada sobre o gelo no glaciar Viedma. Outra atração valiosa é a cachoeira Chorrillo del Salto, cuja trilha não requer esforço físico. O fato é que, de qualquer forma que seja, é quase impossível que você se decepcione com uma cidade tão simples e, ao mesmo tempo, tão fascinante como El Chaltén.
Como chegar
O jeito mais fácil e barato é tomar um avião para El Calafate e seguir de ônibus até El Chaltén. O preço médio de passagem aérea de Buenos Aires a El Calafate (ida e volta) é de R$ 1.000 a R$ 1.100, e o tempo de viagem é de 3h20. O preço médio de ônibus de El Calafate a El Chaltén (ida e volta) varia de R$ 120 a R$ 150, e o tempo de viagem é de 3h. Existem vários ônibus que fazem esses percursos todos os dias (companhias Cal Tur, Chalten Travel e Plata Forma 10). Viajar desde Buenos Aires até El Chaltén de ônibus não vale a pena, pois é mais caro e o trajeto demora quase 2 dias.
Onde Ficar
Apesar de pequena, a cidade conta com diversos hotéis e albergues. O preço da diária para um quarto duplo varia de R$ 80 a R$ 400.
Onde Comer
No verão, há boas opções de restaurantes com pratos típicos da Patagônia em El Chaltén – a melhor dica é jantar um delicioso risoto de frango com açafrão no acolhedor La Senyera. No inverno, porém, não há muitas opções – um dos poucos restaurantes que ficam abertos é o Aires Patagônicos.
Como se locomover
Por El Chaltén ser o paraíso dos caminhantes, dificilmente você vai precisar de um carro. Praticamente todas as trilhas têm como ponto de início o próprio centro da cidade. Há ainda a possibilidade do aluguel de bicicletas, mas a maioria das trilhas só se pode fazer a pé.
Agências de turismo
A cidade é repleta de agências que oferecem guias para os principais passeios na região. A mais conhecida e indicada é a Patagonia Aventura, que leva diariamente grupos de turistas para atividades no glaciar Viedma.