Se comparada à produção da vizinha Argentina, o cinema uruguaio pouco se destaca: enquanto os hermanos têm farto repertório de filmes e acumulam indicações a importantes premiações, o paisito ainda não teve muitas de suas (poucas) obras brilhando em grandes festivais. No entanto, desde os anos 2000 isso está mudando: o Uruguai vem construindo um cinema próprio e tem lançado mais e melhores filmes – embora infelizmente nem sempre cheguem ao circuito comercial de outros países.
Para continuar o clima de pré-viagem pelo Uruguai:
Atualmente, o país consegue lançar alguns bons filmes, apostando em coproduções – principalmente com Argentina e Espanha. Com personagens fortes e roteiros sem grandes reviravoltas – que contemplam temas como a passagem do tempo, o tédio e a fragilidade emocional –, o cinema uruguaio firma-se cada vez mais, mostrando ao público que, na região cisplatina, não são só os filmes argentinos que merecem um olhar atento.
01. 25 Watts (2001), de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll. A história é bem simples: o retrato de um domingo na vida de três jovens montevideanos e o que eles fazem para resolver seus problemas – beber, dormir e se permitir encontros casuais com figuras inusitadas.
02. En la puta vida (2001), de Beatriz Flores da Silva. Um dos grandes (e poucos) sucessos de público do Uruguai – atraiu mais de 150 mil espectadores às salas de cinema do país. “Dramédia” que conta a história de uma mulher que, depois de abandonar o marido e o emprego, acaba à deriva em Barcelona como prostituta.
03. Corazón de fuego (2002), de Diego Arsuaga. Um professor, um garoto e dois velhos trabalhadores da companhia estatal ferroviária resolvem sequestrar uma locomotiva do século 19 que havia sido vendida para servir de cenário para um filme.
04. El viaje hacia el mar (2003), de Guillermo Casanova. Neste road movie uruguaio, um grupo de amigos (a maioria já idosos) que vive no interior do país se reúne para ir ver o mar pela primeira vez. Filme completo no YouTube.
05. Whisky (2004), de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll. Premiado no Festival de Cannes e no Festival de Gramado. Ao receber a visita de um irmão bem-sucedido que mora no Brasil, o dono de uma pequena fábrica de meias resolve fingir que namora uma de suas funcionárias.
06. El baño del papa (2007), de César Charlone e Enrique Fernández. Esperando visita do papa João Paulo II à sua cidade, moradores de Melo fazem preparativos na expectativa de receber uma multidão de fiéis. O filme fez um sucesso tremendo no sul do Brasil; ficou em cartaz por 14 semanas em Porto Alegre.
07. Hiroshima (2009), de Pablo Stoll. Jovem com dificuldade de expressão encontra uma saída através da música. Paradoxalmente é uma espécie de musical mudo; filme de arte. (Filme completo no YouTube).
08. Tanta Agua (2013), de Ana Guevara Pose e Leticia Jorge Romero. O filme foca no relacionamento entre Alberto e seus dois filhos, enclausurados num chalé de férias graças à chuva incessante. Alternando momentos de tédio e inquietação, o longa acompanha transformações nas relações dos três.
09. Rincón de Darwin (2013), de Diego Fernandez Pujol. Road movie que conta a viagem dos montevideanos Gastón, Américo e Beto até uma distante localidade, pela qual passou Charles Darwin em 1833. A bordo de uma velha caminhonete, os três rumam ao povoado com planos de vender uma antiga casa herdada por Gastón.
10. Maracaná (2014), de Sebastián Bednarik e Andrés Varela. Documentário, com imagens inéditas e restauradas, que relembra aquele fatídico episódio que nós brasileiros nunca esqueceremos: a vitória da seleção uruguaia sobre a brasileira, no final da Copa de 1950. (Filme completo no YouTube).
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