Por Paula di Luciano
A Cidade do Cabo é desse tipo de cidade que antes de você ir embora, já está pensando em quando dá para voltar. Tem muita coisa para visitar, fazer, comer e, mesmo ficando 15 dias, daria para fazer algo diferente a cada dia. É a mistura perfeita de cidade e natureza, tem para todos os gostos e bolsos. Em cinco dias o que eu achei mais legal:
Dia 1 – City Sightseeing Cape Town
Sabe aqueles ônibus vermelhos onde os turistas passeiam, em quase todas as cidades do mundo? Eu sempre achei a maior besteira subir num ônibus desses para conhecer de cima o que daria para fazer pé. Na verdade continuo achando, é bem mais legal fazer as coisas a pé, mas… aprendizado desta viagem: depende da cidade.
A Cidade do Cabo é muito espalhada e tem pontos que valem a pena visitar, mas estão muito longe um do outro e o percurso deste ônibus chega em lugares bem afastados, como é o caso do Table Mountain, um complexo de montanhas declaradas uma das sete novas maravilhas naturais do mundo.
Então, o ônibus vermelho é ótimo para ter uma visão geral da cidade e visualizar onde fica cada bairro. A dica é pegar logo cedo o ônibus Red City Tour, que passa a cada 20min, e fazer a primeira descida no Table Mountain, simplesmente imperdível! Não é bom deixar para os últimos dias a visita porque o Cableway (teleférico) que leva até o topo da montanha fecha por mau tempo: é melhor ir em dias de céu aberto. É sempre bom comprar os ingressos antes, pelo site, para evitar filas.
Dia 2 – Wine Tour
Para quem se interessa por vinho, existem três regiões próximas à Cidade do Cabo para visitar: Paarl, Stellenbosch e Franschoek. É possível visitar uma vinícola em cada região, tudo no mesmo dia. Não recomendo fazer passeios com mais de quatro vinícolas no roteiro; três é um bom número. Além das vinícolas, é bem gostoso parar nas cidadezinhas de Stellenbosch e de Franschoek, muito pitorescas e bem cuidadas.
Dia 3 – Robben Island
Poucos quilômetros separam a prisão em Robben Island do moderno Waterfront na Cidade do Cabo. Em 1997, o centro de detenção foi transformado em museu e, em 1999, foi reconhecido como Patrimônio Mundial pela ONU. Para fazer a visita do museu é preciso se programar: é sempre necessário comprar o ingresso com um par de dias de antecedência – antes da morte de Mandela já era preciso, agora mais ainda!
O trajeto em ferry até a ilha leva por volta de 45min, a paisagem é linda, e uma vez em Robben Island, a vista da Cidade do Cabo com Table Mountain ao fundo é maravilhosa. Os visitantes são levados para diferentes pontos em um ônibus.
São somente duas paradas em que os turistas podem descer, e uma delas é justamente para visitar as celas onde os presos políticos ficavam, incluindo Mandela. No retorno da ilha, a poucos passos do ponto de chegada do ferry, está o Waterfront, ótimo para comer algo ou ver o pôr do sol tomando um vinho nos bares ao ar livre.
Dia 4 – museus e compras
O centro da cidade merece uma visita também. Na Green Market Square há artesanato de toda África – não só da África do Sul –, com representantes de todos os países, muito deles morando na ilegalidade. A África do Sul tem a economia mais estável do continente, por isso muitos imigrantes vão procurar uma vida melhor. Tem que pechinchar!
Também no centro está o Cape Town´s City Hall. Foi da sacada deste prédio municipal que Mandela deu seu primeiro discurso em liberdade, em 1990. Há, também, o museu de District Six, vizinho ao centro – dá para fazer tudo a pé.
Neste museu é traçada a história do bairro e o despejo dos moradores para outras áreas distantes da cidade, para assim declarar o bairro uma região de brancos na época do apartheid. É possível fazer a visita acompanhado de um ex-morador, o que faz a experiência muito enriquecedora.
Dia 5 – Cabo da Boa Esperança
Por último, para visitar a Península do Cabo, onde está localizada o Cabo da Boa Esperança, é bom reservar um dia inteiro. Dá para fazer em meio dia, mas fica um pouco cansativo. É possível alugar um carro para chegar, contratar um táxi por um preço fechado ou fazer através de uma agência de turismo. Antes de chegar ao Cabo da Boa Esperança vale a pena fazer uma parada numa colônia de pinguins, em Boulders Beach. O local faz parte do Parque Nacional Table Mountain e a espécie é o pinguim africano, que só se encontra aqui e está em perigo de extinção.
Gastronomia
A visita a Cidade do Cabo não esta completa sem aproveitar o circuito gastronômico da cidade. As culturas africanas e europeias ficam em evidência na fusão culinária. A cidade oferece ao visitante a oportunidade de degustar essa herança.
Existe uma variedade de tours gastronômicos, um deles oferecido pela Anduela Tours, com um passeio interativo e lúdico na cozinha dos moradores locais. Sempre falando em comidinhas, tem também uma variedade de mercados para visitar. O V&A Market on the Wharf é o que tem o acesso mais fácil, mas não é o mais curioso e completo.
Longe dos turistas e com astral mais boêmio e alternativo o destaque vai para o Neighbourgoods Market, que só abre aos sábados das 9h às 14h, na região de Woodstock. Com variedade de frutas, alimentos orgânicos, pães e queijos de todo tipo, e, claro, excelentes vinhos, esse mercado é “o” local para um almoço inesquecível.
O que mais fazer
A Cidade do Cabo não é o lugar certo para fazer safáris. Existem reservas privadas onde é simulado um safári, mas não vale a pena, e há muitas outras coisas legais para fazer na cidade e nos arredores. Além da variedade de mercados de rua, é possível alugar bikes, fazer trilhas, esportes aquáticos e ir em ótimos restaurantes!
Em 2014, a cidade foi declarada Capital Mundial do Design, e aqui existe uma agenda super completa nessa área. A Cidade do Cabo não tem mais nem menos problemas que as cidades brasileiras, e é um ótimo destino de férias, com uma combinação de cultura, história e natureza.