BlogViajantes Colaboradores

10.02.2016

Por que você precisa viajar sozinho

Por Janaina Dórea

 

Sabe aquelas listinhas de “coisas que todo mundo deveria fazer pelo menos uma vez na vida”? Viajar sozinho é uma delas, sem dúvidas!

 

Em 2012, quando eu fazia intercâmbio na Itália com uma amiga, estávamos combinando uma viagem de uma semana para a Croácia, mas acabou que ela não pôde ir. Depois de ponderar um pouco, resolvi ir sozinha, e essa foi minha única viagem realmente por conta própria.

 

Mas, em outras circunstâncias, também já me vi tendo que passar o dia perambulando sozinha em algumas cidades, pois quem estava comigo tinha compromissos de trabalho ou tinha interesses diferentes dos meus. Isso aconteceu em Berlim, Veneza e Lisboa. E foi sempre muito bacana essas descobertas solitárias.

 

Os 20 melhores países para viajar sozinho

 

Eu sei que você deve estar pensando que esse tipo de coisa é para pessoas super extrovertidas, comunicativas e que conseguem sair facilmente da zona de conforto. Não é bem assim, acredite! Eu sou bastante tímida, acho difícil puxar assunto com pessoas desconhecidas e ainda assim consegui aproveitar muito esses momentos.

 

E se você ainda está como o pé atrás, vou tentar te convencer agora com seis ótimos motivos para você deixar logo o medo de lado e se jogar sozinho no mundo!

 

 

Calendário: sua agenda não precisa coincidir com a de mais ninguém

Conciliar agenda fica cada vez mais difícil | Foto por freeimages.com
Conciliar agenda se torna mais difícil na vida adulta | Foto por freeimages.com

 

Esse talvez seja o mais óbvio de todos. Quando a vida adulta começa a bater na porta, fica cada vez mais difícil conciliar nossa agenda com a daqueles amigos inseparáveis, que tiravam férias com a gente duas vezes por ano. E quando por um milagre as datas coincidem, a situação financeira ou as prioridades já não são mais as mesmas. Nesse caso, viajar sozinho simplifica tudo.

 

 

Liberdade: sua vontade é a única que importa

Liberdade! | Foto por Nemanja Pantelic (CC BY 2.0)
Viajar sozinho significa fazer só aquilo que se tem vontade | Foto por Nemanja Pantelic (CC BY 2.0)

 

Uma das coisas mais gostosas de viajar sozinho é poder fazer absolutamente só o que te der vontade. Por mais sintonia que você tenha com os seus amigos, sempre vai chegar aquele momento em que um terá que abrir mão de algo ou terá que fazer um esforço pra ir àquele lugar que não estava tão a fim. Viajando sozinho isso não acontece! Você pode mudar de planos, pode visitar as atrações que quiser, pode até tirar o dia para não fazer nada, se sentir que essa é uma boa escolha.

 

 

Amizades: você vai conhecer pessoas novas

Foto por Yasin Hassan
A aproximação com outras pessoas acaba sendo natural | Foto por Yasin Hassan

 

Ao viajar sozinh0s costumamos nos abrir mais às possibilidades de conhecer pessoas novas. Quando estamos entre amigos, é muito mais confortável interagir apenas com eles. Mas quando estamos sozinhos, acaba sendo natural essa aproximação com outras pessoas. Você percebe que precisa sair do casulo, caso não queira passar todos os dias fazendo voto de silêncio. Uma dica é ficar em albergues, que são lugares com muitas pessoas na mesma situação que você. Ou seja, acaba sendo praticamente impossível não fazer novas amizades.

 

5 motivos para se hospedar num hostel

 

 

Solidão: você vai aprender a ficar sozinho

Foto por Kumar Jhuremalani
Você aprende a lidar com a solidão de uma forma saudável | Foto por Kumar Jhuremalani

 

Sim, a solidão também pode ser um ponto positivo. E esse era o meu maior medo, pois eu achava que ficaria quase o tempo todo sozinha. Meus primeiros três ou quatro dias na Croácia foram de fato bastante solitários, mas a grande beleza disso tudo é aprender a lidar com essa solidão de uma forma saudável. A gente aprende que esses momentos de introspecção podem ser muito bacanas e proveitosos, e que não há nada de errado em estar sozinho. Pelo contrário, há muito de libertador nisso tudo!

 

Antigamente eu me sentia mal em sentar sozinha em um café ou em ir ao cinema sem ninguém para me acompanhar. Hoje eu até gosto de ter esses momentos! Mas o mais legal é que, depois desses momentos de solidão, a gente passa a valorizar ainda mais o tempo com nossos amigos, as risadas que eles proporcionam, os abraços… tudo!

 

 

Desenvoltura: deixar a timidez de lado passa a ser necessário

| Foto por faungg's photos
Será hora de perder a vergonha em pedir informação | Foto por faungg’s photos

 

Para alguns pode parecer uma grande besteira, mas eu sempre tive um pouco de vergonha de pedir informação quando me via meio perdida nas viagens. Pensava muito em como abordar as pessoas e não sabia como lidar com respostas grosseiras e atravessadas. Aquilo me travava mais ainda. Mas, viajando sozinha, percebi que tinha que perder esse receio, pois o tempo todo a gente acaba precisando pedir ajuda. Aprendi a me importar menos com as pessoas mal humoradas e ranzinzas e a valorizar ainda mais as (muitas) pessoas simpáticas que encontrava pelo caminho.

 

 

Superação: você vai ser obrigado a encarar seus medos

| Foto por Pedro Szekely
| Foto por Pedro Szekely

 

Sabe aquela frase “e se der medo, vai com medo mesmo”? Quando você está sozinho, não tem como fugir. Você vai ser a única pessoa que poderá encarar os seus receios – e isso é ótimo! Minha primeira viagem à Europa foi em 2010, acompanhando meu pai que viajava a trabalho. Eu cismei que precisava conhecer Veneza – nós visitaríamos outros destinos na Itália, mas a esse, em especial, ele não poderia me acompanhar. Assim, eu decidi sair sozinha de Garmisch-Partenkirchen, cidadezinha no sul da Alemanha em que estávamos, para passar o dia em Veneza e ir para Florença à noite, onde o reencontraria.

 

Viajei de madrugada, tive que pegar um ônibus e três trens até chegar a Veneza. Nunca tinha andado de trem, não entendia direito aqueles quadros com várias informações, tampouco os meus bilhetes em alemão. Algumas plataformas estavam completamente desertas e era difícil pedir ajuda. Não conseguia dormir com medo de perder as estações de troca e ir parar em outro país. Confesso que fiquei bastante apavorada, mas fui! E guardo até hoje comigo as sensações que tive ao chegar na estação de Veneza: alívio, orgulho e uma felicidade que não cabia em mim!

Compartilhe por aí

Sobre o autor

Rolar para cima