Por Carol Stevanatto
A primeira coisa que todo mundo me perguntou sobre a nossa viagem foi: Como vocês conseguiram visitar tantos lugares em tão pouco tempo?! A resposta é bem simples: ânimo e muito, mas muito pique.
Dia 1 – Lisboa: Parque das Nações
Pousamos em Lisboa com um voo da Azul saindo de Viracopos – Campinas. O trajeto durou cerca de 10 horas.
No Aeroporto Humberto Delgado tivemos que passar pela imigração e que bicha! Calma! “Bicha” em português de Portugal significa “fila”! Vimos o dia amanhecer na fila da imigração, mas, passada essa fase, partiu hotel. O táxi até o nosso hotel custou 30 euros, mas também é possível pegar o metrô que liga o aeroporto ao centro.
Hotel Sana Rex: O hotel é antigo e fica em frente ao parque Eduardo VII. Os quartos e elevador são muito pequenos, mas tudo muito limpo e organizado! O café da manhã tem poucas opções. A maior vantagem do hotel: Localização. Fica próximo ao metrô do Marquês de Pombal e a uma das principais avenidas de Lisboa, a Av. da Liberdade, cheia de lojas de grife como Hugo Boss, Louis Vuitton, Prada, Porsche. Site.
Dica! Aqui vai a primeira dica de Lisboa: escolha um hotel perto do metrô! Dá para fazer praticamente tudo de metrô por lá.
Deixamos as malas e fomos direto para o Parque das Nações, ou Expo. O local era uma área abandonada que foi totalmente revitalizada para receber a Exposição Mundial de 1998 em comemoração aos 550 anos dos Descobrimentos Portugueses.
Metrô de Lisboa: No primeiro dia, pegamos a fila para comprar o passe do metrô no guichê, mas é muito simples comprar pela máquina, você só precisa solicitar o cartão “Viva Viagem” e depois carregar com o valor que desejar. O cartão vale para metrô, comboio (trem) e autocarro (ônibus). A passagem simples do metrô custa 1,40 euros por trecho e é válida durante uma hora. Existe ainda a opção para a compra de passagens por dia, semana ou mês.
Na estação Marques de Pombal pegamos a linha vermelha até a Oriente que desce dentro do parque. Fizemos uma baldeação na Estação Saldanha, que é cheia de frases e trechos de poemas! A Estação Oriente é uma das maiores e mais importantes de Lisboa, projeto do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, e por lá passam linhas de comboios e ônibus.
Subindo as escadas da estação está o Shopping Vasco da Gama, um dos melhores e maiores de Lisboa, com diversas lojas de departamento, cinemas, restaurantes, mas… é só um shopping. Atravessando o shopping há uma arena para apresentações e uma vista impressionante do Rio Tejo e das construções realizadas para a Expo. Do lado esquerdo fica a Ponte Vasco da Gama e, do direito, a 25 de Abril. O legal do Parque é ir passeando pela orla.
Andando para o lado direito (de quem olha para o Tejo) da orla está o Oceanário de Lisboa, que recebe cerca de um milhão de pessoas por ano. No local é possível encontrar mais de 500 espécies de animais em cerca de 32 aquários. Se sua viagem for com crianças com certeza este passeio não pode ficar fora do roteiro.
Outra atração do Parque é pegar o Teleférico, ou Telecabine, que faz um percurso de cerca de 8 minutos e percorre aproximadamente 1.200 metros sobre o Tejo.
À noite, conhecemos as Docas de Alcântara. São antigas docas que foram revitalizadas e abrigam restaurantes e baladas. Com o passar das horas o público vai mudando, visto que, logo no começo da noite, o local recebe diversos casais e famílias à procura de um bom jantar e, mais tarde, começam a chegar os jovens para as baladas e barzinhos mais descolados. Tudo isso na beira do Rio Tejo e com vista para a Ponte 25 de Abril.
Dia 2 – Lisboa: Belém
No segundo dia nosso roteiro foi conhecer o bairro Belém. De metrô só seguir até o Cais do Sodré e depois pegar o comboio em direção à Cascais (a estação de comboios fica à esquerda de quem sai da estação de metrô). Belém é uma das paradas na linha até Cascais.
Antes de pegar o trem, saímos da estação do Cais Sodré e fomos dar uma volta pela região, em direção ao Tejo. A orla é simplesmente linda, com uma escadaria onde é possível sentar e ficar apreciando o rio. Se você seguir um pouquinho pela orla já chega na famosa e imponente Praça do Comércio com o Arco da Augusta no fundo.
Dica! Na Praça do Comércio, coma o Bolinho de Bacalhau com um chopp no restaurante Museu da Cerveja, ou Pastel de Bacalhau com Draft como eles chamam por lá.
Chegando em Belém, você terá que subir por uma passarela na estação para chegar até às atrações, uma vez que os trilhos do comboio cortam o bairro de ponta a ponta.
Descendo pelo lado esquerdo (lado do Rio Tejo) da passarela, é possível visitar o MAAT (Museu da Arquitetura) e o Museu da Eletricidade. Passando para o outro lado da passarela fica o novo Museu dos Coches (coches = carroças), que é obra do gênio e brasileiríssimo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
Seguindo o fluxo de pessoas (em Belém você vai fazer muito isso!), chegamos ao famoso, aclamado e DELICIOSO Pastel de Belém!
O plano era passar no Pastel primeiro e depois continuar o percurso, mas, ao olhar para o lado esquerdo, ficamos hipnotizados pelo Mosteiro dos Jerónimos e seguimos em direção a ele. O Mosteiro é lindo, imponente e tinha uma fila imensa para entrar. Uma boa dica é comprar o ingresso antecipado.
O ingresso dá direito a conhecer os Claustros que são considerados uma obra prima da arquitetura mundial. Visitar a Igreja é gratuito e lá ficam os túmulos de Camões e Vasco da Gama.
Depois fomos em direção à um dos mais famosos cartões postais de Lisboa: a Torre de Belém. Passamos na frente do Mosteiro pelo Jardim da Praça do Império a procura de outra passarela para atravessar. Pelo mapa parece tudo é pertinho né?! Mas a verdade é que não é.
Continuamos até chegar ao Centro Cultural de Belém, criado originalmente para ser a casa da presidência portuguesa e projetado para receber congressos e reuniões, além de espetáculos e as mais diversas exposições. Na parte superior é possível visitar gratuitamente um enorme pátio com cafés e mesinhas para convívio.
Seguindo mais um pouco, achamos a passarela e a Torre de Belém. É bonita? Muito. É um ícone? Sem dúvidas. Fiquei Impactada? Não. Talvez alguns portugueses e brasileiros se enfureçam, mas, depois do Mosteiro, a Torre parece tão pequenininha. Visitamos a parte interna, mas não achamos que valeu a visita. Ela é mais bonita por fora do que por dentro, também pudera, visto que o lugar foi projetado para ser um forte militar.
Voltando em direção à estação de metrô pela margem do rio está o Padrão dos Descobrimentos, um monumento em homenagem aos desbravadores do além-mar. O ingresso dá direito a subir no mirante e ter uma visão geral do bairro e de seus monumentos.
Mas, antes de voltar, uma parada no Pastel de Belém e o que encontramos foi: fila!
Dica! Logo na porta tem uma fila bem grande que é para quem vai pegar e levar embora o Pastel, a fila para quem deseja comer por lá fica do lado de dentro do estabelecimento. Chegamos quase na hora de fechar o que foi muito bom, pois a fila estava bem menor do que normalmente é. Essa foi uma dica que descobrimos por acaso.
Dia 3 – Lisboa: Chiado, Rossio, Baixa e Bairro Alto
Prepare as pernas! Aliás essa dica é para um preparo de pelo menos um mês antes. Se você não pratica muito exercicio e acredita, como nós, que o melhor jeito de desbravar uma cidade é caminhando por ela, você precisa se preparar para Portugal e suas muitas ladeiras.
Neste dia descemos na estação de metrô Restaurados que fica no Rossio e tivemos a péssima ideia de subir para o Bairro Alto sem pegar o Ascensor da Gloria! Pegue o bondinho para subir: para o percurso que dura apenas 2min, é muito caro (3 euros), mas vale o preço, já que a subida é uma das mais íngremes de toda Lisboa.
Na parte superior fica o Miradouro São Pedro de Alcantara e depois é possível dar uma volta no Bairro Alto, o bairro boêmio de Lisboa. O local não tem nenhum edifício ou monumento especial, então o legal é curtir o bairro, andar pelas vielas cheias de casinhas típicas portuguesas, mas a verdade é que o ele ganha vida à noite, sendo um dos principais points da cidade.
Descendo um pouco chegamos ao Chiado, bairro também cheio de história onde fica o café A Brasileira. Inaugurado em 1905, era um dos bares mais frequentados pelo poeta Fernando Pessoa, que ali ganhou uma estátua em sua homenagem. Apesar do forte apelo cultural, não conseguimos ser atendidos depois de esperar por 40 minutos. Ao lado do café está a Praça Luís de Camões.
Dica! Existe um bondinho que passa pela maioria dos pontos turísticos da cidade: o Elétrico 28. Muitos lisboetas nos avisaram que existem batedores de carteira no elétrico.
Continuamos caminhando até chegar ao Convento do Carmo no bairro Rossio. O local já foi a principal Igreja Gótica do País e, durante o terremoto de 1755, foi parcialmente destruído. Para visitar internamente é preciso comprar ingresso, porém do lado externo fica um mirante com uma das visitas mais bonitas de Lisboa.
Para descer utilizamos o Elevador de Santa Justa, que foi construído em ferro no final do século XIX para interligar a parte baixa e alta da cidade e, hoje, tornou-se um dos monumentos mais importantes da região.
Nosso almoço foi no restaurante Fullest: fica escondidinho atrás da Praça do Rossio, mas é muito bom e barato.
Dica! Essa vale para todas as viagens: a maioria das refeições próximas a pontos turísticos é furada, os restaurantes normalmente são muito mais caros e nem sempre a comida é melhor.
Dia 4 – Coimbra e Porto
Alugamos um carro com GPS no hotel e saímos cedo para Coimbra. Aliás, o carro foi nosso xodó da viagem – principalmente porque conseguíamos estacional em qualquer lugar! Pagamos 55 euros a diária, o valor é um pouco alto para o padrão do veículo, que só acomoda duas pessoas e uma mala, e para a época do ano. Se pesquisar com certa antecedência é possível encontrar veículos similares por até 60% do valor.
Depois de 2h30 na estrada, chegamos na Praça da República em Coimbra e, como era dia de aula na universidade, as ruas estavam tomadas de carros. Subimos em direção ao Aqueduto da cidade e depois ao Pátio das Escolas e a Sé Nova. A entrada na Igreja é gratuita, mas na porta havia uma senhora cobrando 1 euro como ajuda para a reforma da Igreja.
A visita ao Pátio também é gratuita, mas para conhecer o interior da universidade é preciso comprar o ingresso. É possível adquirir somente a visita interna à Universidade, ou o pacote que incluí a subida na Torre e à Biblioteca. Independente do pacote de visitas, escolha um que inclua à Biblioteca Joanina que inspirou filmes como Harry Potter e A Bela e a Fera.
Seguindo para Porto, mais 1h30 de estrada. Primeiro fomos na Casa da Música, do arquiteto Rem Koolhaas, mas não conseguimos fazer a visita interna pois tem horário específico. De lá fomos para o centro e, para nossa surpresa, parecia um conto de fadas. A cidade de Porto é encantadora, ainda mais no final da tarde.
Informação útil: Não tem muita diferença para o turista, mas existem duas cidades divididas pelo Rio Douro: Porto e Vila Nova de Gaia. É na segunda, para surpresa geral, que estão as caves que fabricam o famoso Vinho do Porto. As duas cidades são separadas pela ponte D. Luis I, projetada por um pupilo de Gustave Eiffel.
Corremos em direção à Cave Calém e conseguimos pegar os últimos dois bilhetes para o tour em inglês. A visita custou 6 euros por pessoa e teve a degustação de dois vinhos: branco e tinto do Porto.
Nosso hotel foi o Moov, que fica bem no centro e é um hotel padrão Ibis com quarto muito grande e atendimento excepcional. Achamos bem confortável e perto de tudo. Site.
Para encerrar o dia escolhemos jantar no Cais da Ribeira, que é a orla de Porto, onde ficam diversos restaurantes e bares. Do cais é possível ver, do outro lado da ponte, os letreiros iluminados de todas as caves; e são muitas, então é super agradável passar a noite por lá.
Dia 5 – Porto, Nazaré e Fátima
Conhecemos as principais atrações da cidade a pé. O ideal é não utilizar carro por lá, pois as ruas são bem estreitas e estacionar é complicado. Existe também uma boa rede de metrô na cidade.
Visitamos primeiro o Paço do Concelho, uma praça enorme com diversos edifícios e onde está instalada a administração local do município.
Depois fomos para a Torre dos Clérigos, com “apenas” 240 degraus e uma vista 360º da cidade. Lembra da dica anterior?! Se prepare para Portugal. Continuamos para a Sé de Porto, com outra vista panorâmica, para mim mais bonita do que a da Torre e por 3 euros você tem acesso aos claustros todos decorados com azulejos portugueses.
Na volta passamos pela Estação São Bento, um dos ícones da cidade do Porto construída em meados de 1900.
Como já estava na hora de fazer o check-out, pegamos o carro e seguimos para o Palácio da Bolsa que também possui horários certos para as visitas e, como não nos programamos antes, acabando perdendo. Então deixamos aqui nossa dica: antes de elaborar o roteiro confira os horários de visita das atrações.
Nota sobre Porto e Vila Nova de Gaia: Se eu pudesse resumir em uma palavra o que é esse lugar seria: UAU! Todo lugar que você passa por lá é lindo, a cada cantinho você descobre uma igreja, um monumento...
Após o almoço fomos para Nazaré. O nosso GPS resolveu nos levar por uma rota sem pedágio e demoramos 3:30 horas em um percurso que deveria durar 1:30 horas.
Dica! É possível salvar trajetos no Google Maps para ter eles também disponíveis off-line, ou seja, sem a necessidade de internet, o que pode salvar sua viagem! Aplicativos de mapas 100% off-lines, como Maps.me, possibilitam que você baixe mapas de toda uma região e também são uma opção.
Nazaré é uma cidade litorânea que possui, além de outros atrativos, as famosas ondas gigantes que podem chegar aos 30 metros.
Fomos até a parte mais alta da cidade, no Miradouro do Suberco, onde fica a Capela da Memória. Diz a lenda que um caçador estava no local quando um veado apareceu para ele e depois fugiu em alta velocidade em direção a um penhasco. O caçador o perseguiu e, ao perceber que iria cair, invocou a Nossa Senhora que o salvou. Em gratidão construiu a Capela em homenagem a virgem.
Continuamos até o Forte de São Miguel Arcanjo onde se formam as ondas gigantes. Elas geralmente acontecem no outono e atraem surfistas do mundo inteiro. Não tivemos sorte de ver durante nossa passagem.
Nota sobre Nazaré: Foi uma das coisas mais impressionantes que já vi, do alto do forte você começa a olhar para baixo e é realmente muito alto. Então quando você percebe que há conchinhas, sim conchinhas de praia, lá em cima! É uma sensação, realmente, inexplicável e difícil de assimilar.
Depois nosso trajeto continuou até o Santuário de Fátima que fica uns 40 minutos distante. O santuário é imenso e possui, além da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, a Capelinha das Aparições e outros muitos locais de oração. Há missas começando até as 22:30 e as lojinhas ficam abertas até tarde. É tudo muito bem iluminado e, por isso, acreditamos que valeu a pena conhecer durante a noite.
Dia 6 – Lisboa: Alfama
Para chegar em Alfama pegamos o metrô e descemos na estação de Martin Moniz.
Fato histórico: Alfama é um dos bairros que, durante o Sismo em Lisboa em 1755, ficou de pé. O sismo foi uma série de desastres naturais que praticamente destruiu a cidade. Um terremoto foi seguido de um tsunami, e as áreas que não foram afetas pelo tsunami, por serem iluminadas a luz de velas, sofreram com um incêndio.
Chegando na estação, não pense duas vezes e alugue um tuque-tuque, pegue um taxi, uma moto, qualquer coisa, porque é uma subida e tanto!
O primeiro lugar visitado foi o Convento de Nossa Senhora da Graça, onde ficam um café e um mirante. O local também possui uma igreja de visitação livre, mas para o convento é preciso comprar o ingresso.
O trajeto continuou em direção à Igreja de São Vicente e ao Panteão Nacional, construído para homenagear os cidadãos importantes portugueses. O prédio é imponente, principalmente visto de dentro.
Depois fomos para o Castelo de São Jorge. Datado de meados do século XI, integra a zona nobre da antiga cidade medieval e é considerado Monumento Nacional. Consideramos a vista mais bonita de Lisboa, além da edificação muçulmana ser diferente de tudo o que já havíamos visto por Portugal.
Caminhando para a parte baixa está a Sé de Lisboa, construída no século XII e hoje classificada também como Monumento Nacional.
Dia 7 – Óbidos, Nazaré, Batalha e Alcobaça
Neste dia fizemos o passeio com um guia. O ideal é se programar para fazer todas as cidades em um dia já que elas são bem próximas. Alugar um carro também é ótima opção.
Óbidos é uma cidade medieval incrível que fica dentro das muralhas do Castelo de Óbidos e parece ter parado no tempo. Lá você vai encontrar a famosa Ginjinha de Óbidos, um licor a base de ginja (uma fruta).
Alcobaça fica a poucos minutos e abriga o Mosteiro de Alcobaça, construção que guarda os túmulos de D. Pedro I e Inês de Castro. Para quem não sabe da história, D. Pedro se apaixonou por Inês de Castro, uma das empregadas de sua esposa. Após a morte da esposa os dois se casaram, porém o rei, pai de D. Pedro, mandou condenar Inês à morte por alta traição. Tempos depois, quando assumiu o trono, D. Pedro mandou trazer o corpo de Inês para um túmulo especial e deu a ela o título de Rainha de Portugal.
Nosso almoço foi em Nazaré, mas neste dia chegamos por baixo na praia. Existe um funicular que liga o ponto alto e baixo. Uma curiosidade importante de Nazaré é observar os trajes femininos: a tradição é que as mulheres nazarenas usem suas sete saias coloridas, não se sabe ao certo o porquê da tradição, mas alguns dizem que ao esperar seus maridos voltarem do mar as esposas sentiam frio e tinham que cobrir todo o corpo com as saias, outra lenda é que o número se deve as sete virtudes. As viúvas, porém, usam toda a roupa preta e os brincos de ouro enormes, herdados das avós e mães.
A última atração do dia foi o Mosteiro da Batalha, que demorou mais de 200 anos para ser construído. No Mosteiro existe a famosa Sala do Capítulo, onde, diz a história da arquitetura, o mestre Huguet mandou construir uma abóboda de cerca de 19 metros sem nenhum apoio central. Na hora de tirarem os apoios, nenhum dos funcionários queria se arriscar, então o próprio arquiteto tirou e ainda ficou lá embaixo para provar que sabia o que estava fazendo. Era lá que os frades católicos se reuniam para a leitura do capítulo, ou vida dos santos. Na sala também ficam os túmulos de dois soldados desconhecidos, em homenagem aos soldados que lutaram por Portugal em suas guerras.
Dia 8 – Sintra
Para ir à Sintra é só pegar um metrô até o Cais de Sodré e continuar até Sintra (que é a última parada da linha). A viagem dura cerca de 40 minutos.
Sintra foi o local mais surpreendente da viagem. É muito difícil explicar a sensação da cidade com muitas quintas (nome para propriedades rurais) e seus castelos peculiares.
Chegando na estação, pegamos um ônibus Hop-On Hop-Off. Valeu a pena porque em alguns lugares as ruas são muito estreitas e utilizar o carro pode se transformar em stress. Nós achamos que daria para ver várias atrações em apenas um dia, mas o tempo de visita em cada palácio é grande então conseguimos conhecer apenas dois.
Primeiro foi a Quinta da Regaleira, que possui várias construções pequenas como capela, palácio e torre. A mais interessante é o Poço Iniciático, uma galeria em espiral por onde é possível descer e chegar até uma galeria subterrânea que interliga toda a Quinta. O poço tem este nome pois teria sido usado em rituais de iniciação da maçonaria. Este lugar parece sinceramente um filme, só dá para explicar estando lá.
Depois fomos para o Cabo da Roca, que é a ponta mais ocidental da Europa. A vista do Atlântico é linda, mas… o ônibus espera 5 minutos e depois o outro só em 30 minutos. Como perdemos o primeiro, tivemos que esperar, mas tem que ter foco para não perder o segundo, porque lá é só para uma paradinha rápida.
Vistamos também Palácio da Pena, eleito uma das Sete maravilhas de Portugal, e a atração mais cara da viagem. Daria para ficar um dia inteiro, mas chegamos no final da tarde e não conseguimos ver toda a parte de jardins, então acabamos visitando somente o Palácio, que é enorme, bem cuidado e lindo lindo lindo!
Dica! Quando você vai comprar o ingresso é possível pagar mais por um o ônibus para subir e descer da portaria ao Palácio, visto que a subida é bem íngreme e longa.
Por fim fomos comer na Piriquita! Calma gente! Piriquita é uma famosa padaria com mais de 160 anos de tradição em Sintra, que vende os deliciosos Travesseiros de Sintra, um bolo a base de massa folhada e creme.
Dia 9 – Cascais
Como era o último dia optamos por um passeio mais tranquilo até Cascais. Para chegar é só pegar o metrô até Cais do Sodré e o comboio até Cascais (é a mesma linha que vai pra Belém, sendo Cascais o fim da linha).
Cascais é uma graça, uma cidadezinha litorânea formada por um centrinho históricos e muitas prainhas, entre elas a Praia da Rainha, onde a Rainha D. Amélia adorava tomar seu banho de mar.
No dia seguinte, infelizmente, tivemos que voltar ao Brasil. Já com saudades dessa terrinha que nos consquistou!