Por Beto Lisboa
Machu Picchu, um dos principais destinos turísticos do Peru, agora também é considerado uma das novas sete maravilhas do mundo. A “cidade perdida dos incas”, como também é conhecida, encanta a todos pela sua história, energia, mistérios e curiosidades. É um lugar que você vai embora pensando em retornar um dia.
Na própria cidadela de Machu Picchu existem inúmeros passeios a se fazer e um dos mais procurados é a subida a Huayna Picchu (ou Waynapicchu), a grande montanha que se destaca logo que ingressamos ao sitio arqueológico.
Este é um dos passeios mais procurados, mas não um dos mais realizados, em virtude de que o acesso à montanha é restrito a apenas 400 visitantes por dia. Ou seja, você precisa de um ingresso específico para entrar, e o recomendável é adquiri-lo com bastante antecedência já que não são vendidas entradas separadas para Machu Picchu e Huayna Picchu.
E, além do ingresso, você precisa de muita disposição para subir os incontáveis degraus até o topo, algo que, mesmo com um bom condicionamento físico, leva mais de 1h. Chegando ao cume, a vista será fascinante (se as condições climáticas permitirem) e recompensará cada gota de suor deixada pelo caminho.
Pois bem, na descida de Huayna Picchu encontramos duas sinalizações que indicam rumos diferentes. Uma delas mostra o retorno à Machu Picchu. A outra, apontando na direção oposta, sugere o caminho para a Gran Caverna.
Pouco conhecida pelos turistas, e por isso, pouco visitado, podemos dizer que a Gran Caverna é um lugar escondido que reserva muita expectativa àqueles que sabem de sua existência. Para visitar o local não é nada fácil, até mesmo porque deve-se ir por conta própria. Primeiro, obviamente, é necessário subir a Huayna Picchu e depois, na descida, seguir a orientação indicada.
São, aproximadamente, 2h de caminhada, descendo escadarias a todo instante, passando por algumas ruínas, peraus e vistas exuberantes. Chegando na Gran Caverna, você verá sob uma imensa pedra uma pequena gruta com medidas aproximadas de 7m de profundidade, 12m de largura e 3m de altura.
Na entrada tem uma grande pedra talhada, como se fosse um assento, com vista para a cadeia de montanhas verdes que se descortina à frente, um ótimo lugar para contemplar a paisagem, descansar e recuperar um pouco as energias para o regresso.
No interior da gruta vemos estruturas com pedras polidas e encaixadas com perfeição, a grande característica da arquitetura inca original. Não é necessário muito tempo para conhecer o local, na verdade apenas alguns minutos são suficientes.
Por fim, seguindo em frente, são mais 2h para retornar, dessa vez subindo escadarias a todo instante, passando por mais ruínas, peraus e vistas exuberantes, uma vez que você não volta pelo mesmo caminho. A Gran Caverna está localizada na face oposta da montanha em relação à Huayna Picchu e Machu Picchu, sendo assim, você vai por um lado e volta pelo outro.
Não há nenhuma informação dizendo qual a distância percorrida ao longo dos trajetos de ida e volta, nem mesmo na internet encontra-se alguma indicação. Mas eu imagino que seja em torno de 2km, sendo 1km para ir e 1km para voltar.
O que dificulta na verdade é o sobe e desce de escadas e a própria altitude. Machu Picchu encontra-se a 2400m acima do nível do mar, Huayna Picchu a 2720m e a Gran Caverna está situada a uma altura inferior a Machu Picchu. Então, apenas para se ter uma ideia, em 2h percorre-se em torno de 1km e um desnível de, aproximadamente, 400m de altura.
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Mas afinal, o que seria a tal Gran Caverna? Não há maiores estudos a respeito, mas tudo aponta que seria um espaço sepulcral, quem sabe um mausoléu. Para nós turistas, pode até parecer um lugar assombroso.
Denominada de Gran Caverna por Hiram Bingham, o investigador que descobriu Machu Picchu, o lugar também é bastante conhecido como Templo da Lua, embora arqueólogos discordem dessa nomenclatura porque a lua nasce ao leste e a Gran Caverna está orientada ao oeste, o que permite apenas um mínimo de luz lunar entrando no local, e já pela madrugada, quase ao amanhecer.
Ou seja, dificilmente foi uma construção dedicada à lua. Não se tem certeza de como a Gran Caverna também começou a ser chamada de Templo da Lua. Dizem que, há cerca de 70 anos, o dono de um hotel teria inventado isso com o propósito de despertar um maior interesse turístico em Machu Picchu e, consequentemente, aumentar o número de hóspedes de seu empreendimento.