Sobre o destino
República do Kosovo: Democracia Parlamentar
Capital: Pristina
Demais cidades: Prizren, Mitrovice e Pec (Peja).
Moeda: Euro; o Dinar Sérvio também costuma ser aceito no norte do país e algumas regiões com maioria sérvia.
Visto: Devido ao acordo Schengen, cidadãos brasileiros não precisam de visto e podem ficar até 15 dias no país. Se você planeja ficar mais tempo, é necessário um registro na polícia, assim como nos demais locais dos Bálcãs.
Clima: continental, com verões quentes e invernos frios. A neve pode começar em novembro, e durar até meados de abril. Julho e agosto são meses quentes, assim como maio e junho também costumam ser. A temperatura durante o inverno varia de -1˚C a -15 °C, e durante o verão, até 38°C.
População: a população do Kosovo é de cerca de 2 milhões de pessoas, 90% albaneses, 5% de sérvios e 5% outros (roma, bósnio, turco, etc).
Viajantes femininas solo: ao contrário do que se ouve na região a respeito de Kosovo, viajar pelo país sozinha é tranquilo e seguro. Estrangeiras não costumam ter problemas. Os locais se mostram curiosos e admirados pelo diferente, considerado exótico, e tentam ser receptivos. Apesar da maioria muçulmana, as mulheres precisam cobrir braços e pernas apenas ao visitarem mesquitas, porém o mesmo se aplica ao critério rígido de vestimenta das igrejas ortodoxas.
Pontos turísticos: há quatro monastérios ortodoxos que constam na lista da UNESCO como Patrimônio da Humanidade (Gracanica, Peja/Pej, Decan, e Prizren), além da natureza estonteanente de campos, vales, e flora. A beleza de Kosovo não está no tradicional padrão estético europeu, e logo na chegada é fácil notar as diferenças com relação aos demais países dos Balcãs.
Motivos para conhecer Kosovo
Hospitalidade: A população local é considerada uma das mais amigáveis e hospitaleiras da Europa. E nos trata com atenção especial, já que são poucos brasileiros que se aventuram pela região. Experimente dizer que é brasileiro ou andar com a camiseta da seleção, mesmo nas cidades, para ver quantos sorrisos, acenos e convites surgirão.
Multicultural: Em um território pequeno (10.908 Km², aproximadamente o dobro da área do Distrito Federal), existe a oportunidade de vivenciar um pouco das diferentes culturas: albanesa, ashkalia, bósnia, gorani, romani (nômades com origem indiana, conhecidos como ciganos), sérvia, e turca, representadas na bandeira nacional kosovar pelas seis estrelas.
Idioma: o albanês é a língua oficial, porém em algumas regiões se fala sérvio, turco ou romeno. Inglês e alemão costumam ser utilizados como segunda língua, sobretudo nas áreas turísticas. É comum encontrar distintas grafias e pronúncias para os nomes das cidades e pontos turísticos, devido às diferenças entre as línguas. Nas cidades maiores, existem placas em inglês.
Religião: a maioria da população é muçulmana, além de cristãos ortodoxos e uma minoria católica.
Newborn: (recém-nascido): é curioso conhecer de perto um dos mais novos países do mundo, e que ainda conta com a intervenção direta da OTAN. Andar pelas ruas de Pristina, num domingo, e ouvir um pouco do que os soldados portugueses têm a contar, num centro calmo e pacato, ou conhecer os carabinieri italianos e soldados poloneses que vigiam a principal ponte de Mitrovice.
Preço: custo de vida barato. Para o viajante, isso significa padrão da UE com preços mais baixos do que no Brasil. A variação de preços não é grande, mesmo nos locais mais turísticos. Restaurantes, cafés e bares têm valores em conta. Nos mercados e shoppings se encontra de tudo. Na dúvida, deixe para comprar tudo por lá.
Culinária: refeições inesquecíveis com porções fartas e pão caseiro, como em toda a região dos Bálcãs. Os pjeskavices (parecido com hambúrguer típico) e burek (folhado) de queijo, espinafre ou carne,e todos os chamados “pastries” fazem sucesso e custam a partir de €0,70. Café espresso: €0,50; refeições de €1 a €5: hambúrguer na rodoviária por €1; kebab no centro da cidade por €2. Nos pubs, drinks a €1. Experimente o fli,prato típico albanês: um folhado caseiro com camadas cuidadosamente preparadas, e recheado com queijo.
Infra-estrutura: Ao se pensar nesse novo país, é compreensível que exista ainda pouca infra-estrutura para tudo, inclusive turismo, afinal o país como um todo ainda está sendo construído. Não só as cidades, como também as estradas ainda estão em obras.
Free walking tours: comuns nessa região da Europa, porém ainda não chegaram a Kosovo. Aqui é possível conhecer um local que tenha dicas para uma experiência fantástica.
* Importante: Como o governo brasileiro ainda não reconhece Kosovo como país independente, não existe nenhuma representação diplomática brasileira no país.
O que visitar em Pristina
Biblioteca Nacional: eleita um dos edifícios mais feios do mundo, mas merece uma visita.
Catedral Madre Teresa de Calcutá: simples e minimalista, com uma torre central, em destaque no centro da cidade. Para subir de elevador e apreciar uma vista panorâmica da cidade, é cobrado €1. A vista da cidade ajuda a desenhar seu roteiro. Em sua esquina, encontra-se o curioso cruzamento entre as avenidas Bill Clinton e George Bush.
Cemitério judaico: representa um período em que Kosovo recebeu imigrantes da Espanha.
Galeria de arte: reúne obras de jovens artistas locais.
Museu etnográfico: resgata as tradições locais, a partir de um palacete mobiliado com objetos típicos.
Museu do Kosovo: em um sobrado, está um pouco da história recente de guerra e independência do país.
Monumento “NewBorn”: construído para celebrar a independência, é ponto obrigatório para fotos. As cores com que as letras são pintadas variam de tempos em tempos, e atualmente exibe a dos uniformes dos exércitos da OTAN, que apoiam o país.
Mesquita Fatih: com sua arquitetura única e cúpula imperial, a mesquita do Sultão data de 1461 e é um dos locais históricos mais antigos da cidade.
Skanderbeg Statue: homenagem a um dos maiores heróis da guerra da Albânia, que lutou contra os otomanos.
Teatro Nacional: peças e shows em albanês, com festivais ao longo do ano.
Estátua de Bill Clinton: retribuição ao apoio do então presidente dos EUA durante a Guerra do Kosovo.
Monumento da Fraternidade e Unidade: representa a união das três etnias, durante a Iugoslávia: albaneses, sérvios e montenegrinos.
Vida noturna: movimentada e cheia de festas. Os moradores locais sempre têm as melhores dicas do que rola por lá.
Onde fica
Sudeste da Europa, no noroeste da região conhecida como península dos Balcãs: Albânia, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Grécia, Eslovênia, Macedônia, Montenegro, Romênia, Sérvia e Turquia. O termo turco Balcãs significa montanha arborizada e descreve sua Cordilheira, que se estende do leste da Sérvia até o mar Negro.
Fronteiras
Albânia, Bulgária, Macedônia, Montenegro e Sérvia.
Como chegar
Não existem voos diretos do Brasil para Kosovo. O mais comum é voar até as cidades europeias e de lá seguir até Kosovo, por vias terrestres (ônibus, carro ou trem), onde existem mais opções; ou então voar para a capital Pristina, por companhias que operam localmente na rota (SAS, Turkish Airlines, SWISS, Belle Air, Croatia Airlines, Air Berlin, Austrian Airlines, Easyjet).
Via terrestre
A duração de qualquer viagem na região do Bálcãs pode variar conforme as vistorias e/ou filas nas fronteiras. Atrasos são comuns na região, por isso tenha em mente um intervalo seguro entre suas conexões.
Dica: prefira que a entrada em Kosovo seja via Sérvia, para que a saída possibilite trânsito por território sérvio. Ao sair de Kosovo sem o carimbo sérvio no passaporte, você pode ser considerado ilegal (na fronteira de Kosovo com a Sérvia não há imigração do lado sérvio). Esse detalhe pode reduzir os custos e tempo de viagem, pois a maior parte das rotas necessita do carimbo sérvio.
Ônibus
Existem diversas opções, e a viagem de ônibus costuma ser a forma mais rápida e barata.
Via Albânia: de Tirana até Prizren por €10. Dura em média 4h, com duas paradas.
Via Macedônia: de Skopje custa em média €5 e dura de 2 a 3h. A capital Skopje fica a apenas 2,5h horas de Pristina; de Skojpe é possível pegar um trem até Belgrado(Sérvia), e de lá subir até Budapeste e demais cidades do Leste Europeu.
Via Montenegro: existem 2 opções:
De Podgorica(capital de Montenegro): até Pristina €16 e leva em média 5h, com duas paradas.
De Berane ou Rozaje para Peja/Pec, único ônibus matinal (dura 3h).
Se você perder o ônibus, negocie um táxi compartilhado, de Rozaje, por €15/pessoa, leva 2h. A prática é comum nessa fronteira e a vista das montanhas e vales compensa a viagem e ajuda a entender a importância geopolítica de Kosovo.
Via Sérvia: Da fronteira do Norte, entrada por Mitrovice. Ônibus de Belgrado ou Nis para Pristina custa em média €30 e dura 3 horas.
Carro
Para entrar em Kosovo, na fronteira você terá que pagar €30 pelo seguro extra que irá cobri-lo em todo o território, durante duas semanas. Certifique-se também que você tem o documento do veículo e uma procuração do proprietário, caso o veículo não seja seu. Durante as férias de verão, existem longas filas na fronteira de Merdare (até 3h).
Caronas
São comuns na região, porém existe ainda certo preconceito dos países vizinhos com relação ao destino, resquício da guerra e recente independência de Kosovo.
Como viajar dentro do país
De Pristina até as demais cidades do país, os ônibus levam em média 2 horas de viagem, por isso recomenda-se aos viajantes que fiquem hospedados na capital e conheçam as demais cidades em viagens diárias.
História
Uma breve visita ajuda a ilustrar um pouco da longa história da região, desperta a vontade de ficar ainda mais tempo para descobrir os encantos que atraíram tantos impérios.
A importância de Kosovo data de séculos de disputas territoriais, com largos intervalos de paz, sob o domínio dos grandes impérios, interessados tanto em sua localização estratégica (nos limites entre Oriente e Ocidente), como em seus recursos naturais, dentre os mais valiosos, a prata. Como fonte de minérios, esteve entre as principais fornecedoras de matéria-prima: chumbo, zinco, níquel, magnésio, bauxita, crômio, cobre e ferro.
Localizada na antiga Dardânia, a região fazia parte da província romana de Mésia. Foi conquistada pelos Impérios Búlgaro e Bizantino. Nos séculos seguintes, esteve sob o domínio do Império Otomano. Com a influência turco-otomana, uma relevante parcela da população entre Albânia e a Bósnia se converteu ao islamismo, em contraponto aos cristãos ortodoxos.
Em 1912, apesar de sua maioria étnica albanesa (não-eslavos), grande parte do território foi anexada pelo Reino da Sérvia, que em 1918 tornou-se parte da Iugoslávia. Durante a Segunda Guerra Mundial, Kosovo foi anexada à Albânia italiana, sob ocupação da Itália fascista. Após a reintegração, obteve relativa autonomia em 1963, com Marechal Tito, e perdeu seu status de província autônoma em 1989, com Slobodan Milosevic no poder, que eliminou qualquer autonomia e estendeu a política de discriminação anti-albanesa: proibição do uso da língua albanesa e dissolução do Parlamento autônomo, submetendo a região à ocupação militar sérvia.
A atenção da comunidade internacional se voltou para a região no final dos anos 90, durante o violento conflito entre albaneses e as forças sérvias, que promoveram uma campanha de limpeza étnica. A província, que ainda fazia parte da Iugoslávia, buscava retomar sua autonomia política. Com receio do genocídio já em andamento, refugiados seguiram em fuga para os países vizinhos. Com a intervenção tardia da OTAN, estima-se que mais de 1 milhão de albaneses deixaram seu local de origem devido à guerra do Kosovo.
O território ficou sob a administração interina da missão das Nações Unidas no Kosovo (UNMIK), cuja maioria dos papéis foi assumida pela União Europeia para o Estado de Direito no Kosovo (EULEX). Em fevereiro de 2008, a Assembleia do Kosovo declarou a independência do país, reconhecida por 89 Estados membros da ONU e República da China (Taiwan). Entretanto, Brasil, China, Espanha, Rússia e Sérvia ainda não reconhecem sua soberania.
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